Nonato Guedes
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, cardiologista paraibano, reiterou declarações que havia feito em entrevista na tarde de quinta-feira desmentindo boatos de que teria pedido demissão da Pasta. O ministro destacou que fica à frente da Pasta até quando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) precisar dele. “Não sei a quem interessa essa indústria de boatos”, desabafou Queiroga, atribuindo as insinuações a uma orquestração para fragilizar o governo. “Não pedi demissão e nem vou pedir. Estarei aqui até o dia em que o presidente entender que sou útil”.
O próprio presidente Jair Bolsonaro fez coro com as declarações de Queiroga e rechaçou qualquer articulação dentro do governo para substituir o ministro da Saúde, que assumiu a Pasta no episódio da exoneração do general Eduardo Pazuello, que era considerado “homem de absoluta confiança do presidente Jair Bolsonaro”. Os rumores sobre suposta exoneração de Queiroga causaram surpresa nos meios políticos, principalmente entre parlamentares paraibanos, que reconhecem o trabalho eficiente desenvolvido pelo cardiologista à frente do cargo. Queiroga é elogiado, inclusive, por não arrefecer seu ritmo de trabalho mesmo em meio ao andamento da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a Covid, instalada no Senado Federal, que tem acumulado denúncias contra o governo federal e a Pasta, principalmente na política de enfrentamento ao coronavírus.
O ministro Marcelo Queiroga chegou a comparecer à CPI da Covid para prestar esclarecimentos sobre fatos relacionados ao período em que está à frente do cargo no governo Bolsonaro, evitando polemizar sobre atos verificados em gestões anteriores, principalmente no que diz respeito a negociações com laboratórios e empresas para aquisição de vacinas. Ele deixou claro perante os senadores, sobretudo os de oposição, que foi para o Ministério cumprir uma missão, a convite do presidente Jair Bolsonaro, e que tem procurado se desincumbir dos encargos baseando-se em conhecimentos técnicos e na sua experiência profissional como médico. Ultimamente, Queiroga vinha sendo cogitado como provável alternativa para disputar um mandato nas eleições de 2022 pela Paraíba, prioritariamente para o Congresso Nacional. Seu nome foi ventilado, também, como provável opção ao governo do Estado, o que ele não confirmou.
Para o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, do Partido Progressistas, não há justificativa nem pretexto para uma possível exoneração do ministro Marcelo Queiroga da Pasta da Saúde. “Ele vem realizando um trabalho excelente, indiscutivelmente extraordinário, e é bastante sensível a reivindicações de todos os Estados do país e do Distrito Federal, indistintamente. No que diz respeito à Paraíba, tem sido solícito para com as demandas”, expressou Cícero, que ainda recentemente recebeu a visita do ministro, juntamente com a primeira-dama do país, Michelle Bolsonaro, para inspeção no local onde será construído um Hospital para Portadores de Doenças Raras, que deverá ser referência para todo o território nacional. Cícero lembrou que em momentos de urgência, ocasionados pela dificuldade de chegada de vacinas à Capital para aceleração do Plano Nacional de Imunização, contou com o pronto empenho do ministro. Da parte do governador João Azevêdo (Cidadania), sempre houve referências à atenção de Queiroga, que chegou a participar, no Palácio da Redenção, de uma videoconferência com outros governadores do Nordeste, destinada a priorizar soluções para pleitos de interesse da região.