Nonato Guedes
O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) afirmou que defende a educação inclusiva como um mecanismo para aumentar oportunidades e diminuir os desníveis de ensino no país, colaborando com a conclusão dos índices de escolaridade e inserção no mercado de trabalho. Ele se declarou preocupado diante de dados do IBGE apontando que 67,7% das pessoas com deficiência não concluíram o ensino fundamental e somente 5% finalizaram a faculdade. No Brasil, 17,3 milhões de pessoas com dois anos ou mais possuem algum tipo de deficiência, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde.
Defensor da bandeira da Educação em seus mandatos, o parlamentar paraibano enfatiza: “O papel da Educação é ser um instrumento de inclusão, ajudando a criar pontes e oportunidades para pessoas com algum tipo de deficiência. E quando se fala de educação inclusiva, é necessário ir além do que a promoção do ensino, mas promover acessibilidade, permitir que os alunos tenham igualdade dentro da sala de aula. Esse é um grande desafio, que é urgente e que deve ser priorizado pelo poder público”. Além da falta de estratégias e espaço na educação, há ausência das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, relata o deputado, salientando que a pesquisa do IBGE mostrou que o nível de ocupação das pessoas com deficiência foi de 25,4% em 2019, enquanto 60,4% das pessoas sem deficiência possuíam algum ofício. O pior cenário, no entanto, ocorre com pessoas com alguma deficiência mental, cujo nível de ocupação é de 4,7%.
Pedro Cunha Lima destacou a importância do terceiro setor com vistas a fortalecer as políticas públicas e promoção da igualdade às pessoas com deficiência. Neste ano, ele destinou mais de R$ 2 milhões para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) da Paraíba e mensalmente doa o auxílio moradia para diversas instituições, no valor de R$ 35 mil. “Precisamos enxergar o próximo como semelhante, ter respeito e entender que todo mundo que vem para esse mundo carrega um talento. Por uma visão atrasada, o poder público ainda não trata o terceiro setor como deveria. São pessoas que se dedicam em uma luta diária para cumprir uma função social com imenso grau de compromisso e amor”, detalhou.
O deputado criticou a fala do ministro da Educação, Milton Ribeiro, que afirmou recentemente que há crianças com um grau de deficiência que é impossível a convivência. Segundo Pedro, a declaração do ministro é fora de lugar, preconceituosa e inadequada. “É muito triste ainda ouvirmos esse tipo de comentário, principalmente por se tratar de uma autoridade que deveria garantir a inclusão e não reforçar o preconceito e estereótipos. Não podemos retroceder na garantia de direitos, essa fala é inadmissível”, ponderou. A pesquisa do IBGE demonstrou também que o Nordeste lidera o índice de pessoas com deficiência, sendo Sergipe em primeiro lugar, com 12,3% da população com alguma deficiência, seguido pela Paraíba (10,7%), Ceará (10,6%) e Bahia (10,3%). Cerca de 3,8% possui deficiência dos membros inferiores, 2,7% dos membros superiores, 1,2% deficiência mental e 1,1% visual.