Estão bastante avançadas, conforme o colunista Lauro Jardim, de “O Globo”, as negociações entre o Democratas (DEM) e o Partido Social Liberal (PSL) para uma fusão das duas siglas. De acordo com o jornalista, já estaria, inclusive, definido que a presidência do novo partido ficaria nas mãos de um integrante do PSL. A fusão terá, inevitavelmente, desdobramentos nos Estados, a exemplo da Paraíba, onde os deputados federais Julian Lemos (PSL) e Efraim Filho (DEM) deverão dividir o mesmo metro quadrado. Os dois parlamentares são alinhados com bandeiras de centro-direita e apoiam o governo Bolsonaro, sendo que Julian Lemos rompeu pessoalmente com o presidente, devido a divergências com seus filhos, mas vota a favor da maioria das matérias do Planalto na Câmara. Ele é, também, o presidente estadual do PSL.
O DEM, no Estado, é presidido pelo ex-senador Efraim Morais, que ocupa uma secretaria no governo de João Azevêdo (Cidadania). Efraim Filho é pré-candidato ao Senado e espera contar com o apoio do chefe do Executivo, já tendo manifestações favoráveis do senador Veneziano Vital do Rêgo, presidente estadual do MDB, de deputados federais e estaduais de vários partidos e de mais de uma centena de prefeitos e líderes municipais. Se a fusão dos dois partidos se materializar, entrará na cena política brasileira o maior partido do Congresso Nacional, com bancadas de 81 deputados federais e seis senadores. Atualmente, o DEM conta com 28 deputados e cinco senadores, enquanto o PSL registra 53 deputados e um senador.
Até há alguns meses, os comentários em Brasília insinuavam a possibilidade de uma fusão ainda maior, que envolveria além dos dois partidos em questão o PP (Partido Progressistas). Entretanto, a ida do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil do governo Jair Bolsonaro teria esfriado as conversas. A fusão dessas três siglas criaria um “superpartido” que contaria com representação de 121 deputados e 15 senadores. Bolsonaro já foi filiado ao PP, quando era deputado federal, e concorreu a presidente da República pelo PSL em 2018. Deixou o partido em virtude de divergências internas e da dificuldade de assumir totalmente o controle da agremiação. Atualmente sem partido, o presidente Jair Bolsonaro chegou a ser sondado para voltar ao PSL, depois de fracassar na tentativa de organizar uma sigla denominada Aliança pelo Brasil, mas o impasse se deu novamente pela sua exigência em controlar a sigla.
O deputado federal Julian Lemos admitiu que os entendimentos estão acelerados e prognosticou que a fusão acontecerá a tempo de o novo partido ter atuação destacada nas eleições de 2022. Os entendimentos estão sendo conduzidos pelo presidente nacional do Democratas, ACM Neto, ex-prefeito de Salvador, e pelo presidente do PSL, Luciano Bivar, deputado federal por Pernambuco. Na Paraíba, o deputado federal Julian Lemos tem se aproximado da liderança do governador João Azevêdo e já obteve reconhecimento público dele por iniciativas tomadas para colaborar com ações da administração, principalmente na área da Segurança Pública. Não há especulação, ainda, sobre a denominação que o novo partido passará a ter.