O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a criticar os Estados que não cumprem o Plano Nacional de Imunizações e atribuiu a falta de doses da AstraZeneca em alguns Estados ao descumprimento que fizeram dos protocolos nacionais. Queiroga criticou diretamente o Estado de São Paulo, governado por João Doria, do PSDB, opositor do governo do presidente Jair Bolsonaro. O ministro esteve no Amazonas no último sábado, 11, e disse que lá, diferentemente de São Paulo, havia doses de todos os laboratórios.
– Por que numa unidade ribeirinha tem vacina e no principal Estado do país não? É porque no Amazonas estão sendo seguidas as orientações do PNI – disse o ministro. Na quinta-feira, 9, o governo de São Paulo informou que havia falta da AstraZeneca para a segunda dose em todo o Estado. A Secretaria de Saúde estadual cobrou do Ministério da Saúde o envio do imunizante. “Vocês podem ver, quem reclama? Quem são os reclamadores crônicos?”, reagiu o cardiologista paraibano. Os governos de João Doria e Jair Bolsonaro se opõem desde o começo da pandemia de coronavírus. A principal divergência foi com relação à vacina CoronaVac, uma aposta paulista que Bolsonaro não quis adquirir num primeiro momento – depois, fechou a compra. Durante as eleições de 2018, no entanto, Doria apoiou Bolsonaro à Presidência.
O ministro da Saúde também criticou o uso de imunizante de laboratório diferente (intercambialidade) na segunda dose por falta de vacina por um curto tempo. “Se porventura a AstraZeneca, por contas operacionais, faltar eventualmente, se usa a intercambialidade. Mas o critério não pode ser “faltou um dia já troca, senão a gente não consegue avançar”, explicou o ministro. A Fiocruz, Fundação Oswaldo Cruz, informou que a distribuição da vacina AstraZeneca deve ser normalizada esta semana, até sexta-feira. O atraso foi causado por falta de insumos, o IFA (ingrediente farmacêutico ativo), importado da China. O Ministério da Saúde informou, em primeiro de setembro, que alterações na recomendação federal podem influenciar na segurança e eficácia das vacinas e acarretar a falta de doses do Plano Nacional de Imunizações.