O ministro da Saúde, o cardiologista paraibano Marcelo Queiroga, se descontrolou na noite de ontem, 20, ao reagir à manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro em Nova York. O chefe do Governo brasileiro está nos Estados Unidos, acompanhado da mulher, Michelle, e de comitiva oficial, para abrir hoje a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Bolsonaro e sua comitiva chegavam em uma van ao local onde um jantar foi oferecido pelo embaixador do Brasil na cidade e foram recebidos por manifestantes, que se aproximaram do veículo.
Todos no interior do carro permaneceram sentados, enquanto Marcelo Queiroga levantou e foi para a janela insultar os manifestantes com gestos obscenos. Os ativistas não têm deixado vida fácil para o presidente Jair Bolsonaro em Nova York. O mandatário, que não foi vacinado, teve o constrangimento, ontem, durante reunião com o primeiro-ministro da Grã Bretanha, Boris Johnson, de ouvir dele que já tinha tomado as doses da vacina AstraZeneca e que recomendava o mesmo para todos. O mandatário brasileiro chegou à cidade estadunidense no domingo, 29. Ontem, manifestantes rodaram a cidade com um telão pedindo a prisão do presidente e chegaram a se encontrar com ele.
À noite, o grupo Democracy Brazil, autor da ação, protestou contra o presidente durante desembarque dele para uma atividade sob gritos de “genocida”, “Fora Bolsonaro” e “assassino”. O presidente acenou para o grupo de manifestantes. O carro com telão trazia frases como “Prendam Bolsonaro”, “Amazônia ou Bolsonaro” e “Criminoso Climático”, todas em inglês. Em manifesto, os ativistas apontaram que “a mera presença de Bolsonaro na Assembleia Geral das Nações Unidas demanda resposta” em razão da emergência climática mundial. Os vexames de Bolsonaro e comitiva têm se repetido e viralizam em todo o mundo. Eles apareceram, à noite, do lado de fora de um restaurante, em pé, com pratos de pizza e refrigerantes. Depois, foram flagrados almoçando em um “puxadinho” de churrascaria. O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, enquadrou o presidente Jair Bolsonaro ao cobrar vacinação contra a Covid-19 para participar da Assembleia da ONU.
– Precisamos mandar uma mensagem a todos os líderes mundiais, especialmente Bolsonaro, do Brasil, que se você pretende vir aqui, você precisa ser vacinado. E se você não quer ser vacinado, nem venha, porque todos devem estar seguros juntos. Isso significa que todo mundo deve estar vacinado – declarou o democrata. A cidade de Nova York tem regras que exigem comprovante de vacinação contra a Covid para acessar locais fechados, como restaurantes, cinemas, museus e como a própria sede da ONU. A organização da Assembleia Geral, diferentemente do prefeito Bill De Blasio, no entanto, informou que não cobrará vacinação dos chefes de Estado.