O ministro da Saúde, o cardiologista paraibano Marcelo Queiroga, informou a jornalistas que está com covid-19. O titular da Pasta encontra-se em Nova York, nos Estados Unidos, onde integrou a comitiva do presidente Jair Bolsonaro, que discursou na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Falando a Carla Araújo, do UOL, por telefone, o ministro revelou que está sem sintomas, que passou pelo evento da ONU e que permanecerá em Nova York por mais 14 dias, de quarentena. Bolsonaro, por sua vez, embarcou na noite de ontem para o Brasil.
O ministro afirmou que descobriu o resultado positivo ao fazer o teste para o retorno ao Brasil e que foi informado pelo presidente Jair Bolsonaro. “O presidente me ligou e me comunicou que tinha dado positivo o meu teste, disse que continua a me apoiar no que for necessário e tive que ficar por aqui de quarentena”, relatou. Questionado se irá cumprir o protocolo de 14 dias de isolamento, Queiroga afirmou que a princípio “é isso” mas que deve continuar realizando testes até sair o resultado negativo. Ele afirmou ainda que “quem tem vacina tem formas mais leves da doença” e que está se sentindo bem. O ministro lembrou ter tomado duas doses da CoronaVac e ponderou, no entanto, que nem todas as vacinas são a garantia de que a forma grave da doença não aconteça.
O caso de Queiroga foi o segundo na comitiva da viagem aos Estados Unidos. O outro paciente faz parte da equipe cerimonial de Bolsonaro e não teve contato com as autoridades. “Não o conheço, mas, pelo que sei, está também fazendo quarentena aqui”, contou Queiroga. Outros membros do governo já passaram a incentivar nos bastidores novas críticas para o que chamam de “mais uma vítima da CoronaVac”. Em nota divulgada na noite de ontem, a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República divulgou o teste positivo do ministro e seu período de isolamento. “Informamos, ainda, que os demais integrantes da comitiva realizaram o exame e testaram negativo para a doença”, diz a nota.
Em postagem em rede social, o ministro paraibano comunicou que enquanto obedecerá aos protocolos de segurança sanitária, a Pasta, no Brasil, seguirá firme nas ações de enfrentamento à pandemia. “Vamos vencer essa doença”, afirmou. Ele comentou também sobre os gestos obscenos que fez para um grupo de manifestantes contra o presidente Bolsonaro e negou que tenha se irritado. Sobre as críticas que recebeu, de um membro do Estado brasileiro fazer um gesto obsceno, ele rebateu: “Que gesto? Sabe qual o grande gesto? É mais de 50% da população adulta brasileira com duas doses de vacina”, disse. Queiroga frisou ainda que responde às críticas “injustas e infundadas” com “trabalho forte”. E emendou: “As críticas vêm das pessoas que criticam sempre. Eu não me preocupo com crítica”. Acrescentou que não está “nem ligando” para tais manifestações e que quando cheguei já foi xingado.
O ministro, que tem demonstrado cada vez mais apoio a discursos negacionistas do presidente, reforçou que fez uso de máscara em Nova York. “Se você ver, o tempo todo eu estive de máscara. As pessoas já estão todas sem. E mesmo na rua eu estava. Até naquela pizza você pode ver que estou com a máscara, mas isso é uma pandemia”.