Em sessão, ontem, do Congresso Nacional, o Senado Federal votou pela derrubada de itens em nove vetos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro. No mais polêmico deles, os parlamentares derrubaram o veto à criação das federações de partidos políticos. A proposta teve 45 votos pela derrubada do veto e 25 pela manutenção. O texto era considerado essencial por partidos pequenos para se manterem competitivos após a cláusula de barreira. Partidos como o PCdoB, que tem quase um século de existência mas poderia ser asfixiado caso não passasse pela cláusula de desempenho, marcaram presença durante a votação, mesmo sem possuir nenhum senador com mandato vigente.
“Não tem nada a ver com a coligação”, explicou Renildo Calheiros, do PCdoB-AL, líder do partido na Câmara dos Deputados. “E eu diria mais: a federação é uma maneira de se enxugar o quadro partidário pelo aspecto positivo, pois se estimula e incentiva a convergência programática”. Mais cedo, por 57 votos a zero, os parlamentares derrubaram vetos que tratavam de temas como a educação conectada em escolas públicas, a suspensão das ordens de despejo durante a pandemia de covid-19 e parcerias entre o governo federal e o terceiro setor. Após o Senado derrubar o veto de Jair Bolsonaro às federações partidárias, foi a vez da Câmara também sacramentar o retorno da proposta de união partidária. A proposta foi derrubada com 353 votos, contra 110 favoráveis à manutenção do veto. Houve ainda cinco abstenções.