O deputado Hervázio Bezerra, da base governista na Assembleia Legislativa da Paraíba, criticou a atitude do deputado estadual Cabo Gilberto, do PSL, um dos maiores apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que se recusou a tomar qualquer dose de vacina conrta a Covid-19 e, mesmo assim, se julga no direito de participar de sessões presenciais que serão retomadas na ALPB a partir do dia cinco de outubro, conforme já anunciado pelo presidente Adriano Galdino. As atividades serão retomadas de forma híbrida depois que a Assembleia aprovou projeto de resolução criando o passaporte da vacina para que servidores trabalhem presencialmente e recebam salários.
O deputado Cabo Gilberto qualificou de inconstitucional o projeto de resolução aprovado no Legislativo Paraibano, que, segundo ele, fere frontalmente “o direito de ir e vir” dos cidadãos. Hervázio Bezerra rebateu, entretanto, que posições pessoais não podem se sobrepor ao interesse coletivo e opinou que o deputado Cabo Gilberto pode, sim, vir a ser punido com o corte de salário caso se recuse a tomar parte das deliberações da Casa de Epitácio Pessoa. “É uma incoerência porque o próprio deputado Cabo Gilberto era quem mais reivindicava o retorno das sessões presenciais”, argumentou o deputado Hervázio Bezerra.
Líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, o deputado Cabo Gilberto prestigiou atos promovidos no Sete de Setembro pelo presidente Jair Bolsonaro em São Paulo, quando o mandatário adotou posturas antidemocráticas contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. Além de defensor incondicional do presidente Bolsonaro, o parlamentar é crítico contundente do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), devido ao apoio dado pelo Executivo daquele Estado ao processo de fabricação da vacina CoronaVac. Diante da polêmica criada pelo deputado Cabo Gilberto, aumentou a expectativa quanto ao retorno das atividades na Assembleia Legislativa. O presidente da Assembleia, Adriano Galdino, disse que a resolução aprovada pode até suprimir direitos individuais, porém, isso ocorre em favor do interesse coletivo. “As pessoas não vacinadas elevam o risco de contaminação, o que, naturalmente, precisa ser evitado”, advertiu.