Cinco anos após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se reunir com alguns dos nomes mais conhecidos do MDB na próxima semana em Brasília. Ele jantará na residência do ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), na quarta-feira (6). Entre os convidados estará um aliado do presidente Jair Bolsonaro, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que é emedebista. Eunício também convidou o ex-presidente José Sarney, os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), bem como os ex-senadores Edison Lobão (MA) e Romero Jucá (RR).
De acordo com o site “Congresso em Foco”, Sarney, por problemas de saúde, e Renan Calheiros, por estar fechando o relatório da CPI da Covid instalada no Senado, não deverão comparecer ao jantar. A iniciativa do encontro foi pedida pelo próprio Lula, de acordo com Eunício Oliveira. “O presidente Lula almoçou recentemente na minha casa em Fortaleza. Na semana passada ele me ligou dizendo que gostaria de jantar na minha casa. Eu disse que tudo bem. Vou ligar para ele para saber quem mais ele quer”, comentou o ex-presidente do Senado. “Não dá para dizer que em um jantar na casa de político com um ex-presidente da República nós vamos apenas bater papo. Mas não temos uma agenda política determinada”, emendou Eunício.
O senador Veneziano Vital do Rêgo é presidente do diretório regional do MDB na Paraíba, cargo a que ascendeu no vácuo da morte do senador José Maranhão, vítima de complicações de Covid-19. Veneziano já manifestou interesse em apoiar a candidatura do ex-presidente Lula novamente ao Planalto e chegou a manter um encontro com o líder petista, na presença de expoentes da cúpula nacional petista. Na tribuna do Senado, o parlamentar tem feito críticas contundentes a atos do governo do presidente Jair Bolsonaro e condenado as posturas antidemocráticas do atual mandatário. Na Paraíba, Veneziano está aliado ao governador João Azevêdo (Cidadania), que também dá apoio à candidatura de Lula, embora tenham circulado especulações sobre suposta candidatura do senador ao governo pelo MDB, o que ele não confirmou.
Embora o Senado tenha ratificado o impeachment de Dilma Rousseff há cinco anos, Eunício Oliveira afirma que não houve estremecimento na relação de Lula com algumas lideranças do partido que estavam naquela Casa à época. “O abalo foi a Câmara, com Eduardo Cunha, Geddel Vieira, Moreira Franco, Henrique Eduardo Alves, Michel Temer e Eliseu Padilha, não foi conosco”, salientou. Aliado de Bolsonaro, Ibaneis Rocha alega que ainda não foi convidado, mas confirma o interesse em ir à casa de Eunício para conversar com o ex-presidente Lula. “Ele tem uma história interessante. Um jantar com ele não é ideia ruim”, afirmou ao “Congresso em Foco”. A assessoria de Lula ainda não confirmou a agenda do ex-presidente em Brasília. O petista deve desembarcar na capital federal na segunda-feira, dia 4, quando se encontrará com a bancada do PT no Congresso para estreitar relações.