Nonato Guedes
O governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania) é muito bem avaliado no “ranking” de melhores e piores governadores do Brasil, divulgado pelo site “O PODER”, que tem ampla repercussão nos círculos influentes em Brasília e no Nordeste. O levantamento baseou-se em um amplo diagnóstico da realidade e perspectivas da política brasileira, realizado pela consultoria Patri, empresa que desde os anos 80 é líder no mercado nacional em formulação de políticas públicas. Azevêdo figura com 59%, em terceiro lugar, abaixo de Camilo Santana, do Ceará, com 60% e de Gladson Cameli, do Acre, que liderou com 62%, segundo detalhou a jornalista Hylda Cavalcanti, que atua em meios de comunicação no Distrito Federal, a exemplo do “Jornal de Brasília” e é bastante criteriosa e extremamente profissional nas suas análises e informações diárias.
No levantamento foi utilizado o critério de pontuar os governadores pela avaliação ótimo + bom. A equipe de “O PODER” não considerou “regular” como item de aprovação, observando que “regular é regular”, nem tampouco considerou o quesito “reprovação”. O critério da avaliação foi o de bom + ótimo X ruim + péssimo. Neste caso, considerou-se medalha de ouro o percentual de bom + ótimo. Para facilitar a compreensão dos leitores, os governadores foram divididos em três blocos: no primeiro, aqueles que não alcançaram 20% de aceitação, grupo também chamado, descontraidamente, de “rabo da gata”. Nessa posição negativa, estão abaixo da crítica o governador do Amazonas, Wilson Lima, com 8%, o de Pernambuco, Paulo Câmara, com 17% e o do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, com 18%. São os “lanterninhas” da competição, os mais reprovados pelo povo nos Estados que governam.
Os campeões de aprovação, atualmente, são quatro – os três primeiros situados numa condição de empate técnico. O governador do Acre, Gladson Cameli, desponta com 62% de bom + ótimo e, logo atrás, são mencionados Camilo Santana, do Ceará, e João Azevêdo, da Paraíba, com 60% e 59% respectivamente. Completam o chamado G5 os governadores Ratinho Júnior, do Paraná, com 55%, e Rui Costa, da Bahia, com 51%. Surpreendemente, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que luta para ser indicado candidato oficial à presidência da República e se apresenta como “o pai da vacina” contra a Covid-19, buscando polarizar atenções com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que deverá ser candidato à reeleição, é relacionado com apenas 24% de bom + ótimo, o que é considerado preocupante para a pretensão de voar alto. Há versões no meio político de que Doria tenta ser candidato a presidente para fugir da disputa em São Paulo, já que, se ousar concorrer à reeleição, terá dificuldades para estar no segundo turno. Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, que disputará prévias com João Doria, detém apenas 30% de aprovação no seu Estado, o que também não o deixa bem na fotografia para uma corrida ao Palácio do Planalto.
Governadores bem posicionados, independente de serem ou não lembrados para a maratona presidencial, são Romeu Zema, de Minas Gerais, com 50%, Ronaldo Caiado, de Goiás, com 49%, empatado com Renan Filho, de Alagoas, Renato Casagrande, do Espírito Santo, com 46% e Wellington Dias, do Piauí, com 45%. O desempenho do governador da Paraíba, João Azevêdo, chama a atenção por alguns fatores, o principal deles o de estar consolidando uma liderança política no cenário local, em que ingressou como jejuno na campanha de 2018, sem qualquer registro de disputa de quaisquer postos eletivos no seu currículo. Na verdade, naquele pleito, ele se impôs pela sua condição de técnico qualificado, credenciado para empalmar os desafios do Estado, e, em paralelo, pelo reforço que recebeu da parte do então governador Ricardo Coutinho. A novidade é que, mesmo após o rompimento entre eles, João Azevêdo firmou espaço próprio e é favorito, a dados de hoje, em pesquisas de intenção de voto já realizadas. A aprovação no levantamento atesta tal realidade.
Azevêdo foi testado, por assim dizer, em sua capacidade executiva, na pandemia do novo coronavírus, que, além da crise sanitária propriamente dita, provocou crises conexas, como a econômica e a social, ocasionando reflexos no desemprego e na dificuldade de receitas dos cofres públicos da Paraíba. O governador paraibano manteve sob equilíbrio pleno a situação financeira, em meio a medidas de rigorosa austeridade e a uma verdadeira ginástica para assegurar recursos para a prioridade máxima – evitar o colapso hospitalar devido à covid-19 e, ao mesmo tempo, assegurar a intensificação da campanha de vacinação de grupos sociais prioritários. A Paraíba não colapsou – e houve tempo suficiente para que o governo de João Azevêdo formulasse projetos de desenvolvimento e atraísse investimentos, num pacote que já agora começa a dar resultados. A avaliação positiva no “ranking” é o fruto que o chefe do Executivo colhe pela competência demonstrada em período de extrema calamidade como a que ainda hoje é vivenciada.