O primeiro turno da eleição presidencial de 2022 acontece exatamente daqui a um ano: no domingo 2 de outubro de 2022 e, atualmente, o cenário para a disputa ainda se mostra sem algumas peças do jogo, com partidos ainda começando suas movimentações para saber como se posicionar para o pleito. Um levantamento feito pelo UOL mostra que dos 24 partidos com representação no Congresso há clareza, apenas, na situação de PT e PDT, que deverão ter as candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes, respectivamente. O atual presidente, Jair Bolsonaro, ainda precisa se colocar em um partido para poder participar da disputa democrática como candidato à reeleição.
Além disso, há expectativa quanto aos resultados de outros movimentos, como a fusão entre Democratas e PSL, Partido Social Liberal, a definição das prévias do PSDB, que em novembro escolherão o candidato do partido ao Planalto, entre João Doria e Eduardo Leite e os acertos para federações partidárias que serão criadas conforme dispositivo aprovado. A partir dessas definições, outras candidaturas devem se colocar na corrida pelo Planalto. No momento, a maioria dos nomes apresentados é de homens brancos e a única mulher, por enquanto, é a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Confira como está a situação de cada partido neste momento. A ordem foi definida com base em seu número na urna.
Republicanos – O partido ainda não tem definições a respeito da eleição presidencial. O Republicanos abriga o vereador carioca Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República. Jair Bolsonaro, porém, não deve se filiar ao partido, que não deseja abrir mão do controle, uma demanda do presidente.
Progressistas – No momento o partido não tem acertos sobre pré-candidatura ao Planalto. O Progressistas, porém, é uma possível saída para Bolsonaro disputar a reeleição no ano que vem. O partido integra o governo, com Ciro Nogueira na Casa Civil e comanda a Câmara dos Deputados, com Arthur Lira, aliado do presidente.
PDT – O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, deverá encabeçar a chapa do partido na disputa pelo Planalto, assim como fez em 2018.
PT – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve disputar a eleição na busca de um terceiro mandato. Após a anulação de sentenças da Operação Lava Jato, que o tiravam do jogo político, Lula está liberado para disputar eleições.
PTB – Nesta semana, o partido teve uma reunião sobre o convite para Bolsonaro ingressar no partido. O PTB tem dito a Bolsonaro que “está preparado para recebê-lo”. O partido também pretende promover caravanas regionais chamadas “Rugidos da Liberdade”. O presidente do partido, Roberto Jefferson, está preso por suspeita de envolvimento em milícia digital que atuava contra a democracia.
MDB – Até o momento, o partido diz que tem a senadora Simone Tebet (MS) como pré-candidata ao Planalto. O MDB, porém, pode negociar para se coligar com outras candidaturas.
PSL – Partido pelo qual Bolsonaro se elegeu em 2018, o PSL filiou o jornalista José Luiz Datena em julho com a intenção de tê-lo como candidato a presidente. Mas, por causa da iminente fusão com o Democratas, que tem outros presidenciáveis, o plano pode mudar.
Rede – A Rede ainda não tem uma definição sobre candidatura. Segundo o partido, no momento, se debate projetos, não nomes. Marina Silva, fundadora da Rede, está à disposição para construir uma via que olhe para a sustentabilidade, de acordo com o partido, que está focado em eleger deputados federais.
Podemos – O ex-juiz Sergio Moro é o alvo do partido para ser o candidato à presidência da República. Segundo o Podemos, uma resposta é aguardada até novembro. Procurada, a assessoria de Moro diz que ele ainda não tomou uma decisão. Em caso de recusa, uma alternativa seria a candidatura do senador Álvaro Dias, do Paraná, que disputou a última corrida presidencial.
PSC – Segundo o deputado federal Gilberto Nascimento (SP), secretário do partido, o PSC já definiu que não terá candidato à presidência da República, focando nas eleições para o Legislativo. Ele, porém, diz que o partido deve apoiar outras candidaturas, mas que ainda não há conversas a respeito.
Partido Liberal – Em nota, o partido diz que, por enquanto, não tem um filiado interessado na indicação para a disputa presidencial. “A mesma indefinição se aplica às possibilidades de apoio com ligação”, completa, informando que o assunto será debatido apenas em 2022 e que o partido hoje está focado exclusivamente na discussão sobre a vacinação contra a covid-19. Nos bastidores, o partido também é visto como uma possibilidade de abrigo para Bolsonaro.
Cidadania – O senador Alessandro Vieira (SE) foi anunciado pelo partido como pré-candidato a presidente da República. O Cidadania, porém, pode articular coligação com outras candidaturas.
Democratas – O partido possui dois nomes cotados para a disputa pelo Planalto: o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O senador, porém, também é sondado pelo PSD. Mas, com o início das conversas do partido para uma fusão com o PSL, o cenário ficou aberto.
Novo – Ainda não foi tomada uma decisão. Candidato em 2018, João Amoêdo desistiu de ser pré-candidato. Há conversas com o cientista político Luiz Felipe D’Avila para ser o representante do partido na disputa.
PSB – Não há uma definição no momento sobre pré-candidatura ou apoio. O partido tem avaliado o cenário nacional também olhando para a situação dos Estados, principalmente como serão as alianças em Pernambuco e Espírito Santo.
PV – O partido não pretende lançar candidatura ao Planalto, focando na eleição para o Legislativo, porém, tenta articular uma candidatura que fuja da polarização entre Bolsonaro e Lula.
PSDB – O partido promove prévias para escolher seu candidato em novembro. Estão na disputa os governadores Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e João Doria, de São Paulo.
PSOL – No momento, o partido diz que decidiu não apresentar candidatura própria, algo que seria inédito desde a eleição de 2006. O objetivo, segundo o PSOL, é tentar construir uma unidade das forças de esquerda e centro-esquerda. Neste caso, o partido apoiaria Lula na disputa.
Patriota – O Patriota, que tem passado por uma mudança no comando, diz que a Executiva Nacional trabalha para que o partido tenha uma candidatura própria à presidência da República, mas ainda não indica nomes. O partido diz que ainda não debateu a possibilidade de alianças, mas que atua intensamente na formação das chapas para a eleição de presidente, governadores, deputados federais e deputados estaduais.
PCdoB e Avante – Em nota, o PCdoB diz que ainda não tem decião sobre pré-candidaturas. O PCdoB também pontua que participar de coligações é uma conduta histórica do partido, que sempre esteve ao lado do PT nas disputas ao Planalto. “Faz parte das nossas convicções a constituição de alianças, frentes para enfrentar os desafios brasileiros”, acrescenta. Já o Avante ainda não tem definições sobre a corrida pela presidência da República.
Solidariedade – “Por enquanto, não há pretensão em lançar chapa própria para presidente da República”, diz o Solidariedade. “A tendência do partido é participar de uma coligação, mas ainda estamos conversando sobre o assunto”. Segundo o partido, que se diz focado nas eleições para o Legislativo, “as definições estão demorando porque a legislação eleitoral foi aprovada esta semana e ainda estamos conversando com os Estados sobre a melhor estratégia”.
Pros – O partido não deverá ter candidato a presidente da República. O mais provável é que o PROS discuta com todos os presidenciáveis par saber quem receberá o apoio.