O governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania), esteve ausente da agenda política cumprida em Brasília, no domingo, dentro da estratégia para fortalecer o grupo de aliados e apoiadores à sua candidatura a presidente da República em 2022. O líder petista encontrou senadores, governadores e vice-governadores do PT, além de Paulo Câmara, governador de Pernambuco pelo PSB. Participaram, ainda, os governadores Camilo Santana, do Ceará, Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, Rui Costa, da Bahia, Wellington Dias, do Piauí, e a vice-governadora Eliane Aquino, de Sergipe, bem como os senadores Jacques Wagner (P-BA) e Humberto Costa (PT-PE).
No Twitter, o ex-presidente Lula postou: “Discutindo o presente e o futuro do nosso país. Time que luta todos os dias por um Brasil mais justo”. A ausência do governador paraibano causou estranheza e não houve qualquer explicação por parte da sua assessoria quanto a convite ou não para participar do diálogo ou sobre as razões da ausência. Por várias vezes o governador João Azevêdo manifestou intenção de apoio à candidatura do ex-presidente Lula ao Planalto, tendo chegado a pedir autorização à cúpula nacional do seu partido, presidida por Roberto Freire, para se alinhar com o petista, no que foi liberado. Fontes políticas locais especulam que surgiram ruídos na relação entre o governador e o ex-presidente Lula, desde que este prestigiou a refiliação do ex-governador Ricardo Coutinho ao PT e prometeu a Ricardo que percorrerá o Estado, juntamente com ele, na campanha de 2022.
Até então, Lula e dirigentes nacionais petistas vinham recebendo em audiências ou encontros, em Brasília e São Paulo, diversos líderes políticos paraibanos, como o próprio Ricardo Coutinho, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV). Lula chegou a ter um breve encontro com João Azevêdo em Natal, Rio Grande do Norte, por ocasião de evento do Consórcio Nordeste e na oportunidade comprometeu-se que, na vinda à Paraíba, numa segunda etapa de viagens pelo Nordeste, iria ao Palácio da Redenção para conversar com o chefe do Executivo sobre a conjuntura nacional, com prioridade. De lá para cá, os espaços foram ocupados por Ricardo Coutinho e seu grupo, tendo o ex-governador, inclusive, prometido empenho para fortalecimento dos quadros do PT na Paraíba com vistas às eleições legislativas do próximo ano. Ele mesmo pretende ser candidato ao Senado, embora, no momento, esteja inelegível devido a complicações e envolvimento em denúncias no âmbito da Operação Calvário, sobre desvio de verbas na Educação e na Saúde.
Nos últimos dias, indagado sobre a aproximação entre Lula e o seu antecessor no governo da Paraíba, João Azevêdo tem repetido que é um problema da alçada de outro partido e que não é do seu estilo interferir na autonomia das demais agremiações políticas. Nos meios políticos locais, há uma expectativa sobre o desfecho do posicionamento do governador na campanha presidencial de 2022, tendo em vista as mudanças que estão ocorrendo no plano nacional e levando em conta as peculiaridades da Paraíba, onde Ricardo Coutinho desfila como o “aliado preferido” de Lula, até em retribuição pelo gesto de ir visitá-lo na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde permaneceu recolhido por 580 dias.