O deputado estadual Jutay Meneses (Republicanos) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa, ontem, durante a primeira sessão híbrida do ano na Casa de Epitácio Pessoa, para apresentar informações de medida da Organização Mundial da Saúde que visa transformar a velhice em doença. Segundo ele, trata-se de um mecanismo para tentar compensar a falta de políticas indispensáveis para cuidados e atenção aos idosos. O parlamentar tem como uma de suas bandeiras do luta do mandato a defesa do segmento idoso.
– Muito nos preocupa quando a OMS tenta transformar a velhice em uma Classificação Internacional de Doenças (CID). A medida está para ocorrer já na décima primeira edição da CID, que deve ser publicada ainda em janeiro de 2022, para que, num prazo de dois anos, o rótulo de velhice vire senilidade, utilizando a CID-10 – explicou o deputado. O republicano também destacou que especialistas apontaram que a medida pode levar a um erro no diagnóstico de idosos, se a maior parte dos óbitos de pessoas com mais de 60 anos forem classificados como velhice, pois isso pode gerar problemas nos dados.
Frisou que, além do mais, a proposta não é clara em relação à idade necessária para que a pessoa seja considerada velha. No Brasil, por exemplo, o padrão utilizado é de 60 anos para estatísticas e classificações, enquanto na Europa, com uma população idosa maior, isso muda. Na Itália, o padrão adotado é de 75 anos, apontou. De acordo com Jutay, com essa proposta apresentada pela OMS a velhice é tratada como doença. “Acho que isso é muito ruim para essa população, que já contribuiu e ainda tem condições de contribuir, muito, para o avanço do nosso país, a partir de suas experiências. Hoje, as pessoas estão em condições de trabalho. Essa população ainda tem capacidade de trabalhar, de produzir e a OMS quer desconsiderá-la como uma velhice”, ponderou.
O deputado concluiu afirmando que a velhice, antes de ser uma doença, é uma conquista de tudo o que o ser humano pôde fazer e já fez ao longo da vida. “Feliz daquele que pode chegar à velhice, à terceira idade com saúde. A verdade é que faltam políticas públicas para os idosos em nosso país e isso se estende aos Estados e municípios. O que temos que fazer, o que a OMS tem que fazer, é criar mecanismos para que os idosos tenham mais longevidade”, analisou.