Nonato Guedes
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, instalada no Senado Federal e que se encaminha para a reta final dos trabalhos, com elaboração de minucioso relatório, aprovou hoje um requerimento que pede que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, explique em até 48 horas os planos de vacinação contra a doença para 2022 e a desistência do uso da CoronaVac, na campanha de imunização. O requerimento apresentado pelo senador Alessandro Vieira, do Cidadania-SE, foi usado como uma alternativa ao fato de que Queiroga não deve voltar para depor novamente na CPI. Esta será a última semana com depoimentos na comissão e a cúpula da CPI avalia que não haverá tempo hábil para ouvir de novo o ministro paraibano.
O ministro da Saúde já prestou depoimento duas vezes na Comissão Parlamentar de Inquérito, a primeira no dia seis de maio e a segunda no dia oito de junho. Queiroga tem dois dias para detalhar por escrito o plano nacional de imunização a ser executado no próximo ano, bem como para apresentar uma justificativa para a descontinuidade do uso da CoronaVac em 2022. Hoje, o ministro afirmou que o imunizante só voltará a ser usado se obtiver um registro definitivo na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Ele deverá esclarecer ainda qual é o estoque e planejamento de vacinas para o final de 2021, considerando a aplicação de terceira dose e a vacinação de adolescentes, quais medidas estão sendo tomadas para esclarecer as dúvidas da população acerca da vacinação e detalhar as medidas de acompanhamento epidemiológico da pandemia no Brasil.
“Há a possibilidade de nós termos uma nova pandemia de Covid-19 por uma mutação não abrangida pelos imunizantes disponíveis. Portanto, nós precisamos ter um diálogo e é preciso que o Ministério da Saúde possa se manifestar a respeito disso”, frisou o senador Rogério Carvalho (PT-SE) durante a sessão de hoje, algumas horas depois da aprovação do requerimento.