O DEM e o PSL aprovaram, em convenções realizadas, ontem, em Brasília, a fusão entre as duas legendas. O novo partido se chamará “União Brasil” e o número será o 44. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda precisa aprovar a nova sigla e a cúpula do Democratas acredita que o processo de fusão leve três meses para ser analisado pelos ministros. A expectativa, segundo o presidente nacional do DEM, ACM Neto, é de que a fusão leve à formação da maior legenda do país. Entretanto, o processo deve levar à saída de vários filiados dos dois partidos, inclusive congressistas.
Ministro do Trabalho e da Previdência do governo Bolsonaro e filiado ao DEM, Onyx Lorenzoni votou contrário à união dos partidos e pediu para que a posição dele constasse na ata da convenção. Mesmo com baixas nos dois partidos, o “União Brasil” deve contar com a maior bancada na Câmara dos Deputados. Atualmente, o DEM conta com 28 deputados e seis senadores, incluindo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), enquanto o PSL reúne 54 deputados e dois senadores. Se considerados os números atuais das duas siglas, a fusão deixaria o “União Brasil” com um total de 82 deputados. A segunda maior bancada é a do PT, com 53 deputados. No Senado, o “União Brasil” contaria com oito parlamentares e seria a quarta maior bancada, atrás do MDB (maior bancada, com 15 senadores), PSD e Podemos.
O presidente Jair Bolsonaro foi filiado ao PSL e estava no partido quando foi eleito em 2018. Ele deixou a legenda em novembro de 2019 após uma série de desentendimentos com o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE). A saída de Bolsonaro desencadeou uma crise no partido, dividindo as alas ligadas a ele e a Bivar.O ministro Onyx Lorenzoni pediu que o novo partido apoiasse a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição em 2022 ou que, ao menos, liberasse os filiados a apoiarem candidaturas de outros partidos que não a nova legenda. Em três requerimentos apresentados à Executiva Nacional do DEM, durante a convenção de ontem, Lorenzoni também pediu que os parlamentares tenham direito de voto nas decisões tomadas pela Executiva Nacional da nova legenda. Ele é fiel escudeiro do governo e já passou por vários ministérios desde o início do governo. Atualmente, trabalha para se lançar candidato ao governo do Rio Grande do Sul. Para conseguir o apoio do eleitorado de Bolsonaro, no entanto, ele precisa apoiar o mandatário em sua jornada pela continuidade no Planalto.