O deputado federal Pedro Cunha Lima, presidente do diretório estadual do PSDB, que está viajando a Brasília para trato de assuntos políticos e demandas parlamentares, disse que quer ouvir o ex-prefeito Romero Rodrigues (PSD) sobre rumores de sua desistência à candidatura ao governo da Paraíba e provável aliança com o esquema do governador João Azevêdo, de quem seria o vice na campanha à reeleição em 2022, segundo versões que circulam nos meios políticos. “Até aqui Romero é o nosso pré-candidato ao governo do Estado e tomo como especulação a notícia de sua composição com o esquema do governador. Mas quero escutá-lo. De antemão, aviso que o PSDB é contra à administração do governador João Azevêdo”, explicou Pedro em entrevista ao “Correio Debate”, da rádio Correio Sat.
O parlamentar confirmou ter conhecimento de agendamento de reuniões políticas em Brasília entre líderes paraibanos e deixou claro que, para ele, será uma surpresa a atitude radical de Romero Rodrigues, uma vez que o ex-prefeito de Campina Grande obteve o compromisso de apoio do PSDB à sua pré-candidatura ao Executivo estadual, inclusive com a desistência dele (Pedro) em se colocar como opção. O filho do ex-governador Cássio Cunha Lima afirmou que não houve deslealdade nem falta de firmeza dos tucanos com relação às pretensões do ex-prefeito Romero Rodrigues de concorrer nas eleições do próximo ano. Acredita que Romero possa estar sendo induzido por intrigas políticas de suposta aproximação entre Cunha Lima e o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB). “O grupo de Veneziano é nosso adversário, assim como o esquema do governador João Azevêdo”, pontuou Pedro Cunha Lima.
Apesar da insistência de jornalistas, o deputado não quis admitir a possibilidade de voltar a se colocar como alternativa na disputa ao governo do Estado sem ouvir, antes, o posicionamento concreto do ex-prefeito Romero Rodrigues sobre as especulações e informações que estão circulando na Paraíba. Ele acrescentou que o PSDB faz oposição ao governo João Azevêdo porque considera que ele foi vitorioso dentro do esquema liderado pelo ex-governador Ricardo Coutinho (PT), que ao deixar o poder foi envolvido em acusações de desvio de recursos da Educação e da Saúde do Estado, no bojo de processos instaurados no âmbito da Operação Calvário, do Ministério Público. “Não podemos, portanto, compactuar com qualquer hipótese de aliança com o esquema do governador. Por isso é que preciso ouvir o relato do ex-prefeito Romero Rodrigues, com quem, realmente, temos uma história política no Estado, construída a partir de Campina Grande, em disputas memoráveis”, assinalou Pedro Cunha Lima.