Nonato Guedes
O governador da Paraíba, João Azevêdo, que participou de reunião, em Brasília, da Executiva Nacional do Cidadania, para debater o cenário político e os rumos do partido com as novas regras eleitorais que permitem a federação partidária nas próximas eleições de 2022, salientou que tem uma postura cautelosa a respeito e salientou que somente após a decisão nacional será possível traçar estratégias com os Estados. “Não vai ser fácil encontrarmos uma modelagem que atenda de forma satisfatória todas as necessidades, como romper a cláusula de desempenho, atrair pessoas que tenham condições de formar chapas com reais chances de sucesso e de como tratar as questões locais. Essa definição do processo é importante para começarmos a articular com os Estados”, defendeu.
Para o vice-presidente nacional do Cidadania, Rubens Bueno, a aliança política com outras legendas já está em discussão no partido e deve estar alinhada com as propostas do Cidadania. “É preciso ter afinidade. Ainda temos as prévias do PSDB. A conversa com os partidos está adiantada, mas precisamos esperar alguns desdobramentos”, destacou Bueno. A federação poderá envolver o Cidadania e partidos como o PSDB e o PV. Na Paraíba, o PSDB, liderado pelo ex-senador Cássio Cunha Lima, combate abertamente o governo de João Azevêdo, sendo o porta-voz mais veemente o deputado federal Pedro Cunha Lima, presidente estadual e filho de Cássio. O PV está sob o controle do ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, que está alinhado com o PT e ainda não definiu projeto político pessoal para 2022, estando na fase de sondagem sobre suas alternativas.
A articulação da federação está sendo feita com o objetivo de contornar a cláusula de barreira e foi defendida pelo líder do Cidadania na Câmara, Alex Manente, na reunião de que participou o governador da Paraíba, João Azevêdo. “Além de garantir a sobrevivência do partido, a federação pode dar condições de potencializarmos os candidatos com reais chances, ampliando o número de representantes na Câmara e no Senado”, ressaltou Manente. O vice-líder na Casa, deputado Daniel Coelho, PE, concordou em que a medida é fundamental e disse que o Cidadania pode se firmar como um dos partidos mais atrativos do ambiente político. “Precisamos ter clareza sobre em que federação vamos estar. Estamos articulando e logo teremos um sinal do caminho que vamos tomar”, sustentou. Já a deputada Carmen Zanotto (SC) destacou que a “federação dará um pouco mais de luz na possibilidade de o partido avançar”. Ao final do encontro, o secretário geral do Cidadania, Davi Zaia, reafirmou a necessidade de construir alianças com foco nas eleições de 2022. “Estamos de acordo que a federação abre a perspectiva de vencermos a cláusula de barreira. Vamos buscar não só uma formação, mas o Brasil que queremos, mais iclusivo, sem preconceito e mais justo. Por isso, ela deve ser bem construída”, concluiu.