Nonato Guedes
Causou repercussão negativa em setores oposicionistas paraibanos a notícia de articulações para aproximar politicamente o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, do PSD, com o esquema do governador João Azevêdo (Cidadania), o que implicaria na desistência de Romero em assumir o projeto de candidatura ao Palácio da Redenção, passando a se compor com o atual mandatário, podendo ocupar a vaga de vice. O deputado Wallber Virgolino, presidente estadual do Patriota e ex-candidato a prefeito de João Pessoa, que faz oposição a Azevêdo, avaliou como “um gesto de fraqueza” da parte de Romero a perspectiva de composição com o atual governo.
De forma dura, Wallber disse que “Romero se vendeu e optou pela maneira mais fácil de conseguir o poder”. No seu entendimento, a atitude do ex-prefeito de Campina Grande deve ser tratada como “covardia”. Mas ele emendou em declarações a jornalistas: “Nada me surpreende mais vindo de Romero e sua turma. Isso é fraqueza. As pessoas procuram a maneira mais fácil de conseguir o poder e a maneira mais fácil é se entregar. A Paraíba saberá dar a resposta a quem não tem coerência nem decência na política. Romero e sua turma, se quiserem seguir o caminho, sigam, mas marcaram a história de forma negativa, com traição, indecência. A história não fala dos ausentes, dos que não contribuíram positivamente para ela”.
Em entrevista à TV Itararé, de Campina Grande, Romero Rodrigues confirmou, na noite de ontem, a existência de um diálogo com a base aliada para ouvir as impressões sobre possível aliança com o governador João Azevêdo, após aval do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. “Não existe nenhuma decisão tomada. Aproveito a oportunidade para esclarecer que nunca conversei com o governador João Azevêdo a respeito. Pessoas ligadas à política têm feito essa construção no sentido de promover-se um diálogo e tenho retornado a essa mensagem ao dizer que vou consultar os aliados. Mas tudo farei em favor de Campina Grande, se pudermos retribuir à cidade com ações concretas e a população receba o efeito positivo de uma eventual composição.
O ex-prefeito de Campina Grande admitiu que está refletindo sobre a conjuntura política paraibana para as eleições de 2022 e explicou: “Há momentos na política em que a gente tem que refletir. Ninguém sozinho chega a lugar nenhum, mas às vezes temos que fazer reflexão e por uma eventual necessidade propor alguma mudança de posição em favor do conjunto para vencer desafios”, salientou. O deputado federal Ruy Carneiro, do PSDB, lamentou os acontecimentos mas disse que é preciso respeitar o posicionamento de quem quer que seja. “Se o ex-prefeito Romero Rodrigues não deseja concorrer ao governo do Estado, não há motivo para pressioná-lo. O que o PSDB tem a fazer é buscar outra alternativa no conjunto do esquema de forças do Estado”, frisou Ruy Carneiro. Ele admitiu que o nome do deputado federal Pedro Cunha Lima ganha ascensão com a provável desistência de Romero Rodrigues em assumir a candidatura ao Palácio da Redenção.