Nonato Guedes
A senadora Daniella Ribeiro, do Partido Progressistas, prestigiou, ontem, a filiação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ao PSD e, na ocasião, chegou a ser anunciada como provável filiada à legenda, em aceno feito pelo presidente nacional, Gilberto Kassab. Ela declarou a jornalistas, porém, que o convite de Kassab “foi uma gentileza” e que não cogita nenhuma articulação para ingressar no PSD juntamente com o seu irmão, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, que também prestigiou o evento ocorrido no Memorial JK e que teve grande repercussão nos meios políticos. Rodrigo Pacheco era filiado ao Democratas, que está atualmente em processo de fusão com o PSL para constituir uma nova sigla, o “União Brasil”.
Daniella, inclusive, criticou a antecipação do debate eleitoral na Paraíba, ao comentar rumores de uma possível aliança entre o governador João Azevêdo (Cidadania) e o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), com chapa integrada por este a vice-governador e pelo deputado federal Aguinaldo Ribeiro a senador. “É muito cedo e ruim para a população essa antecipação do debate eleitoral porque há outras prioridades em pauta”, assinalou Daniella. Os rumores sobre a composição dessa chapa ganharam força diante do anúncio da desistência de Romero Rodrigues em ser candidato ao governo do Estado, supostamente pela oposição.
O próprio Romero admitiu, em entrevistas, que estava em curso uma articulação de que faria parte a senadora Daniella Ribeiro para um “novo pacto político em prol da Paraíba”, no qual a composição envolveria o governador João Azevêdo, o ex-prefeito Romero Rodrigues e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro. No evento da filiação de Rodrigo Pacheco ao PSD, em Brasília, o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, discursou no evento em nome dos prefeitos da região Nordeste. Em sua fala, o gestor defendeu a construção de alternativas para os brasileiros e opinou que a filiação de Rodrigo Pacheco ao PSD é um ato simbólico e conceitual no contexto da política brasileira em vigor. Ele citou a importância da juventude para a construção da política e fez menção à senadora Daniella Ribeiro, cujo filho, Lucas, é vice-prefeito de Campina e foi eleito na chapa encabeçada por Bruno em 2020.
A filiação de Rodrigo Pacheco ao PSD, conforme a revista “Veja”, foi o primeiro passo concreto do chefe do Senado na movimentação para se lançar candidato a presidente da República nas eleições de 2022. Eleito à presidência da Casa com o apoio de Jair Bolsonaro, sucedendo ao ex-presidente Davi Alcolumbre, Rodrigo Pacheco tem tomado atitudes independentes à frente do cargo, contrariando, inclusive, os interesses do Palácio do Planalto quanto à votação de matérias consideradas importantes. O cacique do PSD Gilberto Kassab compara que Pacheco encarna a figura do ex-presidente Juscelino Kubitscheck de Oliveira por ser um nome capaz de “pacificar o país” e garantir “estabilidade e previsibilidade para a volta do desenvolvimento”, daí a cerimônia de filiação ter sido agendada para o Memorial JK na Capital federal.