Recém-chegado de Brasília, onde acompanhou de perto o trâmite de pleitos ligados à questão da transposição de águas do rio São Francisco, o deputado estadual Jeová Campos (PSB) disse ter ficado preocupado com a articulação do governo federal para vender a Eletrobras. O seu receio é de que isto venha a colocar em risco o uso das águas do rio São Francisco e, ao mesmo tempo, destacou a responsabilidade do Parlamento paraibano na missão de garantir que a água continue sendo um bem do povo. Na visita técnica comemorativa ao canal do distrito de Boa Vista, no município de São José de Piranhas, Jeová alertou para o “atentado ao povo sertanejo” que está em curso.
– Aproveito o momento para denunciar a ação do governo federal para a venda da Eletrobras. Isso me bota medo e sabe por quê? Porque o São Francisco faz parte da Eletrobras. Quem vai mandar no rio não é mais o povo. O atual governo tem como meta passar a gestão das águas ao interesse do lucro do capital privado – ressaltou. Jeová preveniu os deputados federais quanto à sua responsabilidade política de não mais lutar pela chegada das águas para que a água seja um bem do povo. “Não podemos permitir que a água se transforme em mercadoria, objeto de lucro, de negócio com fins lucrativos. Como um bem fundamental é essencial para a vida, a água também pode ser a única forma da construção da riqueza, principalmente para o agricultor ao longo do curso das águas”, defendeu o deputado.
Na ocasião, Jeová Campos lembrou o agricultor familiar, “aquele que planta sua macaxeira e que tem uma pequena irrigação”. Frisou: “Essa água é para que o pobre agricultor possa plantar e ter a sua pequena irrigação e trazer produto de qualidade para nossa mesa. Temos que garantir agora crédito, assistência técnica, energia barata. Não há nada mais triste do que ver a barragem cheia e o povo passando fome. É isso que acontece com a pobreza de falta de projetos do uso da água e da destinação correta deste bem tão precioso”.