O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o caminho para incentivar a população a se vacinar contra a covid é pela confiança e não pela força. Ele participou de evento em Manaus pelo Dia da Malária nas Américas, durante o qual também ressaltou que a vacinação é a melhor solução para combater a pandemia de covid-19. “Não vai ser à base da força que nós vamos trazer a população para as vacinas. Nós vamos trazer pelo convencimento. Não vai ser com a ameaça de demissão que nós vamos fazer com que as pessoas se vacinem”, disse o ministro. A informação e a fala foram divulgadas pela CNN Brasil.
A afirmação de Queiroga vai de acordo com a recente decisão do Ministério do Trabalho. Uma portaria editada no início desta semana proíbe demissões por justa causa de empregados que se recusem a tomar a vacina contra a covid-19. Na última quinta-feira, 4, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o ministro do Trabalho e da Previdência, Onyx Lorenzoni, seja ouvido no prazo de cinco dias sobre a decisão da pasta. O caso chegou ao ministro após a Rede Sustentabilidade apresentar uma ação ao Supremo contra a decisão da pasta do Trabalho.
O partido argumenta que a medida do governo estimula as pautas de grupos antivacinas por criar entraves contra as políticas de estímulo à imunização. A portaria obriga os empregadores a restituir financeiramente os funcionários que tenham sido demitidos por se recusarem a apresentar comprovante de vacinação. O ministro também ressaltou a necessidade de “avançar mais” na vacinação. Durante uma visita a um posto de vacinação, em um shopping de Manaus, Queiroga fez um apelo para que a população se vacine completamente. O chefe da Saúde lembrou, ainda, sobre a dose de reforço. Ele chamou imunossuprimidos, trabalhadores da área da saúde e idosos acima de 60 anos para tomarem a terceira injeção.
Por outro lado, depois de ser chamado de “cara de capivara” pelo presidente Jair Bolsonaro, o senador Omar Aziz (PSD-AM), rebateu que o presidente “abre a boca para jogar fezes”. E acrescentou: “Uma pena que o Brasil seja governado por esse tipo de gente. O sentimento que eu tenho nesse momento, além de preocupação, é de pena com quem está passando fome e dificuldade”. Segundo Aziz, Bolsonaro seria “aquele carioca que tira proveito de funcionários do próprio gabinete”. A declaração faz referência a um suposto de rachadinha (crime de peculato) no gabinete do presidente quando ainda exercia a função de deputado federal. Para Aziz, a imprensa brasileira não deveria mais dar importância às declarações do presidente Jair Bolsonaro. “Depois que os cientistas brasileiros se recusaram a receber a comenda científica das mãos do presidente, a imprensa não deveria mais dar trela para esse sujeito”, pontuou.
Mais cedo, ontem, ao falar com apoiadores em Ponta Grossa, no Paraná, Bolsonaro disse sobre Aziz: “Aquele cara de capivara me chamando de motoqueiro”. Ao responder, Aziz afirmou que o presidente terá de se defender das graves acusações contidas no relatório final da CPI da Pandemia que foi presidida pelo senador do Amazonas. Disse ainda que “não adianta” o presidente Bolsonaro xingá-lo e que, se tem ‘cara de capivara’, o presidente é ‘um macaco guariba’. O político do Amazonas concluiu ironizando: “Nosso amigo presidente deveria ser da secretaria de comunicação. Ele fala demais e age pouco”.