Nonato Guedes
Oito de doze integrantes da bancada federal paraibana votaram, ontem, no plenário da Câmara, a favor do texto-base da chamada PEC dos Precatórios, relatada pelo deputado Hugo Motta, do Republicanos-PB. Disseram “Sim” à proposta os deputados Aguinaldo Ribeiro, do PP, Efraim Filho, do DEM, Wellington Roberto, do PL, Hugo Motta, do Republicanos, Wilson Santiago, do PTB, Julian Lemos, do PSL, Ruy Carneiro e Edna Henrique, do PSDB. Manifestaram-se contrários à PEC dos Precatórios os deputados Gervásio Filho, do PSB, Damião Feliciano, do PDT, Pedro Cunha Lima, do PSDB, e Frei Anastácio Ribeiro, do PT.
Por ocasião da votação em primeiro turno, que gerou polêmica judicial e ameaça de anulação do resultado, apenas o deputado Gervásio Filho votou contra a proposta. Damião Feliciano e Frei Anastácio Ribeiro estiveram ausentes, e nove parlamentares foram favoráveis à Proposta de Emenda Constitucional. No primeiro turno, o texto-base obteve 312 votos contra 144 em plenário e, apesar da diferença apertada, o deputado Hugo Motta não perdeu a confiança na aprovação final, alegando que esta seria uma atitude sensata para beneficiar famílias carentes que dependem da transferência de recursos do Auxílio Brasil.
O PDT foi o partido que esteve mais em evidência, no olho do furacão, diante da manifestação de apoio à PEC por parte de deputados da legenda no primeiro turno. O pré-candidato a presidente da República, Ciro Gomes, se disse indignado com esse comportamento e chegou a “suspender” a pré-candidatura até que os representantes pedetistas tomassem “atitude mais coerente”, nas suas palavras. A cúpula nacional do PDT, presidida por Carlos Luppi, caiu em campo para reverter votos que haviam sido favoráveis à PEC dos Precatórios e um dos expoentes dessa tropa de choque foi o deputado federal Túlio Gadêlha, de Pernambuco. A despeito da mobilização empreendida e das polêmicas travadas internadas, pelo menos cinco deputados federais do PDT mantiveram o voto pelo “Sim” na votação em segundo turno, ontem. Foram eles: Alex Santana, da Bahia, Flávio Nogueira, do Piauí, Marlon Santos, do Rio Grande do Sul, Silvia Cristina, de Rondônia e o Subtenente Gonzaga, de Minas Gerais.
Na base ligada ao esquema do presidente Jair Bolsonaro, dois deputados que votaram contra a PEC dos Precatórios na semana passada anunciaram, ontem, ter mudado de ideia, comprometendo-se a votar a favor no segundo turno. Caroline de Toni, de Santa Catarina, e Paulo Eduardo Martins, do Paraná, alegaram que foram convencidos a rever o voto após conversa com o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Diante de tantas questões em jogo, entre o rigor fiscal e a necessidade urgente dos brasileiros que passam fome, após muito ponderar e inclusive conversar com o ministro da Economia, reavaliei o meu voto. Voto “sim” no segundo turno da PEC 23″, escreveu Caroline no Twitter. Paulo Eduardo Martins diz que suas justificativas para votar contra a proposta no primeiro turno continuavam de pé. Mas havia conversado com o Ministro da Economia e decidiu mudar sua posição em relação à PEC. “As razões que me levaram ao voto “não” no primeiro turno são verdadeiras e relevantes, mas há também uma realidade que se impôs. Voto Sim, numa decisão que é difícil para todos”, publicou o deputado.