Enquanto a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL está sob dúvidas na área política, os dirigentes estaduais da legenda vão se reunir hoje às 15 horas em Brasília com o líder da sigla, Valdemar Costa Neto. O presidente da legenda na Paraíba é o deputado federal Wellington Roberto, que chegou a se entusiasmar com a filiação iminente do presidente Bolsonaro e prognosticou que o partido poderia vir a ter candidatos ao governo do Estado e ao Senado, neste último caso com o lançamento do seu filho, Bruno Roberto, que já vinha sendo cogitado para a disputa. O PL nacional chegou a marcar o ato de filiação de Bolsonaro para o dia 22, mas cancelou o evento em meio a tensões entre a cúpula do partido e o presidente.
Na Paraíba, a perspectiva de filiação de bolsonaristas que estão em outros partidos ao PL sofreu um recuo diante do impasse criado sobre o ingresso do mandatário na legenda e o próprio deputado Wellington Roberto não fez mais declarações a respeito, estando no aguardo de uma solução. De um lado, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, o presidente Bolsonaro pede controle maior do partido, especialmente do diretório paulista, que firmou acordo para apoiar o candidato do PSDB ao governo estadual, Rodrigo Garcia, nas eleições de 2022. Liderados pelo governador João Doria, que almeja disputar a presidência da República, os tucanos de São Paulo são inimigos políticos do Palácio do Planalto.
No reverso da medalha, Valdemar Costa Neto resiste a entregar a máquina no seu curral eleitoral à família presidencial e quer dar liberdade aos diretórios locais para formar alianças que atendam às necessidades, interesses e preferências regionais. As versões são de que, em alguns Estados do Nordeste, diretórios do PL querem firmar alianças com o Partido dos Trabalhadores ou hipotecar apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, cumpriu pena de prisão após ser condenado no “mensalão” e chegou a ser desancado por um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro mesmo quando surgiu no radar a hipótese de filiação do pai ao PL. Bolsonaro e Valdemar Costa Neto trocaram mensagens cujo teor teria sido pouco amigável, de acordo com informações que vazaram para a imprensa, a propósito da filiação do mandatário. Os desentendimentos levaram o presidente, em declarações no exterior, a sustar as negociações para ingresso na legenda, alegando que faltam acertos importantes.