Nonato Guedes
O líder do PL na Câmara, deputado federal Wellington Roberto (PB), confirmou que os 27 dirigentes da legenda nos Estados, reunidos ontem, em Brasília, decidiram, por unanimidade, dar “total carta branca” para Valdemar Costa Neto, presidente nacional da legenda, decidir as composições estaduais e definir a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao partido. Segundo o parlamentar paraibano, tratou-se de “um gesto de pacificação” a fim de que a direção nacional do partido faça os ajustes necessários para receber Bolsonaro sem que haja qualquer divergência interna.
– Vamos aguardar o dia da filiação do presidente, ato que será uma honra para o partido, assim como a filiação de outros integrantes do governo – revelou o presidente do diretório estadual do PL na Paraíba. Inicialmente o evento para ingresso de Bolsonaro estava marcado para o dia 22, mas teve que ser adiado por causa de discordâncias verificadas na semana passada, envolvendo apoios políticos e alianças eleitorais para 2022 em Estados como Pernambuco, São Paulo e Piauí. A versão, repassada por Wellington Roberto, porém, é de que os problemas foram contornados na reunião de ontem e que uma nova data para filiação deve ser divulgada em breve.
Wellington Roberto declarou que a “carta branca” foi dada a Valdemar Costa Neto por ele ser um político com trajetória de palavra, “de unidade, para que possa realmente conduzir todo esse processo de filiação e de ajustes nos Estados com o presidente Bolsonaro”. O senador Wellington Fagundes (MT) informou que o PL decidiu reafirmar seu apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Em nota à imprensa, o partido informou que a decisão de receber Jair Bolsonaro na sigla foi unânime e que caberá a Valdemar Costa Neto decidir sobre a sucessão presidencial. A situação nos Estados segue indefinida, mas alguns arranjos foram iniciados. Em São Paulo, segundo Wellington Fagundes, é cada vez mais difícil o PL apoiar a candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) ao Palácio dos Bandeirantes, pois ele é aliado do governador João Doria (PSDB), que tenta ser candidato à presidência da República contra Bolsonaro.
Fagundes mencionou a possibilidade de o partido lançar o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, na corrida para suceder João Doria no governo de São Paulo. No Piauí, o PL estuda apoiar a reeleição do governador Wellington Dias, do PT, que apoia Luiz Inácio Lula da Silva, principal opositor de Bolsonaro. Fagundes afirmou que é difícil existir coligações com candidatos de esquerda mas que isso não é impossível. Cada caso será analisado, emendou. Jorginho Mello, também senador, disse que a filiação de Jair Bolsonaro ao PL vai acontecer, “talvez ainda este ano”, o que só depende do presidente da República. A nova data poderá ser 22 de dezembro – considerada importante porque remete ao número do PL nas urnas e ao ano eleitoral de 2022.