Nonato Guedes
A empresária Luiza Trajano, dona de uma rede de lojas de magazine no Brasil, cujo nome é cotado para figurar em chapas à presidência da República, no papel de candidata a vice, foi recebida, ontem, no Palácio da Redenção, pelo governador João Azevêdo (Cidadania) que destacou as potencialidades da Paraíba e apresentou as ações do governo do Estado no enfrentamento da pandemia da Covid-19, com assistência à saúde e às pessoas em situação de vulnerabilidade social, bem como investimentos em infraestrutura, turismo, educação, energias renováveis e segurança. Luiza Trajano, falando a jornalistas, negou pretensão de ser vice de Lula e frisou que não tem perfil político. O chefe do Executivo ressaltou, na ocasião, o fortalecimento de políticas públicas que visam a inclusão social. A presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza recebeu o título de Cidadã paraibana, propositura de autoria da secretária Eva Gouveia, quando ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa e que acabou sendo assumida pelo deputado Tovar Correia Lima, do PSDB.
– Nós ampliamos programas como o Primeira Chance para diversos órgãos do governo, o nosso ensino remoto foi premiado nacionalmente, disponibilizamos quase 40 mil refeições diárias para garantir a segurança alimentar de pessoas vulneráveis e recebemos a nota máxima do IPEA no enfrentamento da pandemia – frisou o governante paraibano. Ele também destacou os investimentos em segurança, a implantação e interiorização da Patrulha Maria da Penha e as políticas de reinserção social para os reeducandos. No segmento do desenvolvimento econômico, o governador João Azevêdo evidenciou, igualmente, o potencial do artesanato paraibano e os investimentos em energias renováveis e no turismo, com a viabilização do Polo Turístico Cabo Branco, em João Pessoa.
O gestor ainda lembrou que a instalação do Centro de Distribuição da Magazine Luiza foi fundamental para a atração de novos empreendimentos no Estado, explicando: “Nós fortalecemos o que a Paraíba tem de mais forte para movimentar a economia e promover a geração de emprego e renda”. Por sua vez, a empresária Luiza Trajano fez uma avaliação positiva do encontro. “Eu sou muito apaixonada pelo Estado e fiquei muito feliz de estar com o governador e secretários para acompanhar os investimentos para as mulheres, no combate à violência, no fomento ao turismo e na educação. Fiquei muito satisfeita de ver o quanto ele tem conseguido para fazer o que esse Estado merece, e também estou muito orgulhosa e feliz de receber esse título neste Estado que amo tanto”.
O encontro no Palácio da Redenção contou com as presenças das secretárias de Estado Lídia Moura (Mulher e Diversidade Humana), Eva Gouveia (Executiva da Articulação Política), Renata Nóbrega (executiva da Saúde) e outros auxiliares do governo do Estado, além de parlamentares. A empresária Luiza Trajano, em declarações à imprensa do Sul, rebateu declarações do presidente Jair Bolsonaro e garantiu que não será vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022, acrescentando que não tem mais o que falar sobre o assunto. Sem citar nomes, Bolsonaro havia dito que “uma mulher” perdeu R$ 30 bilhões após declarar apoio ao ex-presidente Lula. A fala pareceu remeter à dona da rede varejista Magazine Luiza, já que em um ano, entre novembro de 2020 e de 2021, a companhia teve uma queda de valor na Bolsa de Valores (B3) de R$ 26 para R$ 11,15 no total das ações. “Nunca estive com o presidente Lula, nunca fui convidada para ser vice-presidente”, declarou Luíza em entrevista coletiva na Assembleia Legislativa da Paraíba.
Apesar de revelar que é convidada em todos os partidos, da esquerda à direita, a empresária também voltou a afirmar que não será candidata a vice-presidente nas eleições de 2022. Para Luiza Trajano, a impressão é de que “precisa de uma mulher para compor as chapas de candidatos à Presidência”, mas ela diz não ter “experiência” e “condição” de assumir um cargo político. Além disso, Bolsonaro disse que a dona da Magazine Luiza é “socialista”. Questionada a respeito, Luiza Trajano disse que “depende muito do que você vê como socialista”. A empresária limitou-se a dizer que é a favor do programa Bolsa Família, extinto no governo Bolsonaro e substituído pelo Auxílio Brasil, mas também é favorável à privatização dos Correios. “Quando eu sou a favor do Bolsa Família, eu sou de esquerda. Quando sou a favor da privatização dos Correios, sou de direita. Eu sou a favor de causas pelo Brasil. Eu acho que a desigualdade social precisa ser enfrentada. Se isso é ser socialista, eu sou socialista”.