Dirigentes nacionais do Partido dos Trabalhadores avaliam que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) perde votos com a entrada do ex-juiz Sergio Moro na corrida presidencial de 2022, mas que isso não deverá tirá-lo do segundo turno com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os petistas avaliam que Moro deve arrancar nos próximos meses, mas que não terá fôlego para ir muito além da faixa de 15% dos votos. De acordo com a avaliação, Bolsonaro tende a manter sua base mais fiel, sobretudo entre evangélicos e agentes de segurança pública, o que deve garantir a ele entre 20% e 25% dos votos.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, deputada pelo Paraná, afirma: “Bolsonaro tem uma base popular muito sólida. Ele tem militância. Ele pode derreter, mas tem apoio. O Moro tem um voto de opinião, da direita, mas não vejo uma militância como Bolsonaro tem”. Também é levado em conta pelos dirigentes petistas o uso da máquina pública por parte de Bolsonaro. Entre isso, está o lançamento do programa Auxílio Brasil, que deve reduzir os danos que Bolsonaro vem sofrendo nas pesquisas. Já com relação a Moro, o partido pretende lembrar que ele já foi derrotado por Lula quando o Supremo Tribunal Federal declarou que o ex-juiz foi parcial na condução do processp da Lava Jato que levou à condenação do petista por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP).
– Já vencemos ele uma vez. Vamos vencer de novo – afirma o vice-presidente nacional do PT, José Guimarães. Ontem, o ex-presidente Lula se reuniu com várias lideranças evangélicas do país, em um encontro fechado e virtual, por uma plataforma online. Na oportunidade, o petista ressaltou que seu governo teve uma ótima relação com todas as igrejas e que ele governou para todos, sem distinção de religião, credo ou etnia. “Quando fui presidente, não queria governar para um pastor, eu queria governar para o povo. Tive uma extraordinária relação com todas as igrejas e governei para todo mundo. Precisamos defender o Estado laico e cada religião deve se organizar do jeito que quiser. Por isso, fizemos a reforma do Código Civil, para abrir a liberdade de culto”, expressou Lula.
No encontro virtual, ao lado da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e da ex-governadora do Rio de Janeiro e deputada federal Benedita da Silva, que é evangélica, Lula declarou ser possível construir um mundo melhor, pautado na verdade e sem a exploração da boa-fé das pessoas. O evento reuniu mais de 800 cristãos evangélicos, das mais variadas denominações e de quase todos os Estados brasileiros. Benedita lembrou que foram os governos do PT que diminuíram a desigualdade social e tiraram o Brasil do Mapa da Fome, cumprindo, assim, o princípio do Evangelho de igualdade, equidade e plena liberdade. “O que nós provamos foi que o Brasil tem jeito, a religião pode ser feita com muita verdade e ninguém precisa utilizar da boa-fé dos outros porque a fé é uma coisa sagrada. Tenho fé em Deus que a gente pode consertar esse país, podemos fazer a economia voltar a crescer, voltar a gerar emprego formal, cuidar do meio ambiente. Não podemos perder a fé do povo”, afirmou o ex-presidente.