O presidente Jair Bolsonaro assinou ficha de filiação na manhã de hoje (30) ao Partido Liberal, na sede do PL em Brasília, contando com a presença do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto e de integrantes do governo. A filiação estava marcada para o último dia 22 mas foi adiada após exigências de Bolsonaro sobre alianças nos Estados em 2022. Ele quer ter influência em definições de candidaturas, sobretudo ao Senado. O PL também abrigará o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente. Na Paraíba, o PL é presidido pelo deputado federal Wellington Roberto, um entusiasta da filiação do mandatário.
Bolsonaro elegeu-se presidente da República concorrendo pelo PSL em 2018 e deixou o partido em 2019 em meio a divergências com a cúpula da legenda. Na oportunidade, chegou a articular a criação de um novo partido, Aliança pelo Brasil, que não passou da fase de coleta de assinaturas. O PL passa a ser o nono da carreira política de Jair Bolsonaro. Em três décadas, o atual presidente passou por PDC, PPR, PPB, PTB, PP, PFL, PSC e PSL. No discurso durante o evento, o presidente fez acenos aos parlamentares do PL e de outros partidos presentes. Tanto o PL como outras siglas mencionadas por Bolsonaro fazem parte do chamado Centrão, uma bancada informal no Congresso que abriga siglas de centro-direita.
“Estou me sentindo em casa, dentro do Congresso Nacional, aquele plenário da Câmara, tendo em vista a quantidade de parlamentares aqui presentes. Me trazem lembranças agradáveis, lembranças de uma luta, acima de tudo momentos em que nós, juntos, fizemos pelo nosso país. Eu venho do meio de vocês. Venho de 28 anos na Câmara”, afirmou Bolsonaro. Eleito com um discurso contrário à “política fisiológica”, o presidente afirmou em julho deste ano que é do grupo de partidos conhecido como Centrão, do qual o PL faz parte. “Eu sou do Centrão. Eu fui do PP metade do meu tempo. Fui do PTB, do então PFL”, explicou. Em 2012, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi condenado no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal a 7 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Valdemar foi preso em 2013 e em 2014 passou a cumprir prisão domiciliar. Dois anos depois, o ministro do STF Luís Roberto Barroso concedeu perdão da pena e determinou a soltura do ex-deputado. Na ocasião, a decisão seguiu parecer da Procuradoria Geral da República.