O cenário definitivo para a disputa presidencial em 2022 ainda está longe de ser fixado, mas as negociações por alianças e o lançamento de pré-candidaturas se intensificaram nos últimos meses de 2021. Um levantamento divulgado pelo G1 mostra que a dados de hoje há, pelo menos, 11 pré-candidatos lançados ao Planalto, do presidente Jair Bolsonaro, que ontem se filiou ao Partido Liberal, ao Cabo Daciolo, do Partido Brasil 35. Ex-deputado federal, Daciolo foi candidato em 2018 e obteve 1,3 milhão de votos.
O primeiro turno da eleição para presidente da República está marcado para o dia dois de outubro de 2022 e o período fixado pela Justiça Eleitoral para a realização de convenções e escolha de candidatos vai de 20 de julho a cinco de agosto. O pedido de registro da candidatura deve ser feito até 15 de agosto. Em princípio, o cenário mostra tendência de polarização entre o atual presidente da República e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com este liderando seguidas pesquisas de intenção de votos. Há uma única mulher pré-lançada à Presidência – a senadora Simone Tebet, do Mato Grosso, pelo MDB. E o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), recordista de participações, volta ao páreo.
A lista feita pelo G1 em ordem alfabética de quem é pré-candidato até agora abre com o senador por Sergipe, Alessandro Vieira, do Cidadania. Ele anunciou em setembro sua postulação. Vieira é delegado da Polícia Civil e teve notoriedade ao longo de 2021 em razão de sua participação na CPI da Covid. Está no primeiro mandato no Congresso. O Cidadania tem um único governador no país – o da Paraíba, João Azevêdo, que tem declarado simpatia pela candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Cabo Daciolo filiou-se ao partido Brasil 35 em outubro de 2021. Logo após a filiação, foi anunciada a sua pré-candidatura à presidência da República. Ex-deputado federal, ele foi candidato em 2018 e obteve 1,3 milhão de votos.
Ciro Gomes também concorreu em 2018, obtendo 13,3 milhões de votos. Logo depois das eleições naquele ano, se lançou como pré-candidato para 2022 e, desde então, tem se manifestado em entrevistas e redes sociais com críticas ao presidente Jair Bolsonaro e a outros pré-candidatos. Após o primeiro turno da votação da PEC dos Precatórios na Câmara, em que o PDT votou junto com o governo Bolsonaro, Ciro retirou a pré-candidatura por discordar do partido. No segundo turno, o PDT votou contra e Ciro se manifestou nas redes sociais em tom conciliatório com a legenda. A cúpula do partido diz que ele é pré-candidato, mas não houve um lançamento oficial.
No início de setembro o Partido Novo lançou o cientista político Felipe D’Avila como pré-candidato da legenda à presidência da República. Se confirmar a candidatura, será a segunda vez que o Novo participará de uma eleição presidencial. Em 2018, o ex-presidente da sigla João Amoêdo ficou em quinto lugar, com 2,5% dos votos. Jair Bolsonaro foi eleito em 2018, tendo obtido 49,2 milhões de votos no primeiro turno e 57,8 milhões no segundo turno. O acerto entre o PL e o presidente Bolsonaro visa a disputa do próximo ano, mas, formalmente, o nome do presidente ainda será oficializado como pré-candidato. O governador de São Paulo, João Doria, tenta se viabilizar como o principal nome da terceira via na eleição para presidente. No dia 27 de novembro, Doria venceu as prévias internas do PSDB e foi anunciado como o pré-candidato para 2022. Após o resultado, fez um discurso com críticas aos potenciais adversários Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-presidente Lula, pré-candidato pelo PT, governou o país entre 2003 e 2010. Em 2018, não disputou as eleições porque havia sido preso no processo do triplex do Guarujá, conduzido pelo então juiz federal Sergio Moro. Em abril de 2021, o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações contra Lula por entender que o caso não cabia á Justiça Federal do Paraná. Já no segundo semestre de 2021, Lula começou a percorrer o Brasil e outros países como pré-candidato. Já o ex-juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato no Paraná e ex-ministro da Justiça, se filiou ao podemos em novembro deste ano e dias depois declarou que é pré-candidato, fazendo oposição a Lula e a Bolsonaro. Ele saiu do governo fazendo críticas ao presidente Jair Bolsonaro e intensificou essa postura na condição de pré-candidato.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, se filiou ao PSD em outubro último. Na ocasião, o presidente do partido, Gilberto Kassab, já falava em Pacheco como pré-candidato em 2002. Semanas depois, em evento de aniversário do PSD, Pacheco foi celebrado pelos líderes do partido como pré-candidato, mas a decisão ainda não é oficial. Ele é outro nome que tenta despontar na terceira via. Por fim, a senadora Simone Tebet, pelo Mato Grosso do Sul, foi anunciada pelo MDB como pré-candidata do partido no final de novembro de 2021. Ao longo do ano, Tebet teve notoriedade nacional com atuação na CPI da Covid, da qual participou como representante da bancada feminina no Senado. Também é uma das líderes da bancada feminina.