O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou, ontem, sua saída dos quadros do PSDB. O político agradeceu à ex-sigla e disse que durante trinta e três de filiação procurou atuar como “um soldado sempre pronto para combater o bom combate”. Alckmin tem mantido diálogo com vários partidos, a exemplo do PSL, PSD e PSB. É considerado um político popular em São Paulo e bem visto pelo mercado financeiro. Pelas redes sociais, disse que está na hora de traçar um novo caminho.
Cortejado pelo PT para ser candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva, caso venha a ingressar num partido de esquerda como o PSB, Alckmin frisou: “Jamais esqueci a lição do meu pai: respeito às pessoas, lealdade aos princípios e firmeza de caráter. Só com esses valores é possível construir uma vida pública decente”. Ele foi candidato a presidente da República em 2002 pelo PSDB, sendo derrotado no segundo turno por Luiz Inácio Lula da Silva. Ultimamente, Lula tem derramado elogios ao ex-governador de São Paulo, cuja aliança com o PT está sendo examinada no contexto de um entendimento envolvendo questões políticas locais.
O ex-governador não descarta a possibilidade de compor uma chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para 2022. Já disse publicamente que se preparou para concorrer ao governo de São Paulo, mas que surgiu a hipótese federal e está aberto ao diálogo. Lula, por sua vez, disse que está conversando com Alckmin sobre a corrida presidencial. Conforme o petista, essa aliança depende do partido ao qual o ex-governador irá se filiar. A especulação do nome do ex-tucano para ser vice do ex-presidente começou no início de novembro, alimentada pelos grupos políticos do ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) e do ex-vice de Alckmin, Márcio França (PSB).
Em nota, o PSDB afirmou que o ex-governador confirmou sua desfiliação “de forma cordial” ao presidente nacional do partido, Bruno Araújo. “Em sua passagem de mais de três décadas pelo PSDB, Alckmin foi deputado federal, vice-governador, governador de São Paulo por quatro vezes, candidato à presidência por duas vezes e também presidente nacional do partido”, diz a nota.