Nonato Guedes
O médico Fábio Rocha, que se exonerou da secretaria de Saúde do município de João Pessoa, afirmou, na carta divulgada à sociedade, que encontrou uma “herança difícil” na Pasta, motivada por fatores de desorganização e pelo contexto da pandemia de Covid-19, que exigiram providências imediatas para fazer frente à turbulência vivenciada em todos os quadrantes da gestão. “O contexto da pandemia de Covid-19 exigiu foco e prioridades quase absolutas”, narrou ele, comemorando os resultados positivos alcançados ao final de um ano de gestão.
De acordo com ele, que passou a ser substituído pela médica e professora Margareth Diniz, ex-reitora da Universidade Federal da Paraíba e ex-secretária municipal de Ciência e Tecnologia, o conjunto de medidas efetivas e de diretrizes elaboradas contribuiu para que os indicadores de casos de Covid-19 – infectados, internações, mortes, diminuíssem, tornando possível a ampliação do foco da gestão para maior dinamização de uma série de caminhos percorridos. “A implantação do programa municipal de imunização deu celeridade à vacinação, como uma vertente de grande vulto no combate à pandemia. João Pessoa caminhou célere e, hoje, figura como uma das principais capitais do Brasil onde a vacinação alcançou números e percentuais expressivos. João Pessoa ultrapassa os 90% da população adulta totalmente vacinada”, detalhou.
O ex-secretário agradeceu o apoio recebido do prefeito Cícero Lucena (PP) e a colaboração das equipes vinculadas à pasta municipal de Saúde, que não mediram esforços para dar celeridade à meta de enfrentamento à doença, cujo cenário “exigia decisões precisas, rápidas e consubstanciadas por premissas científicas”. Nesse sentido, conforme ele, cumpriu papel fundamental o Comitê Municipal de Combate à Covid-19. Em outra ponta, ressaltou as atividades da Vigilância Sanitária, no esforço cotidiano para acompanhar o cumprimento das medidas de restrição que foram recomendadas. “O começo da gestão não foi fácil. A herança recebida, completa em entraves alinhados a um contexto de desorganização e o delicado momento de um ápice da pandemia de Covid-19 exigiam imediatas providências para fazer frente à turbulência”, frisou.
Fábio Rocha contou que ao receber o convite do prefeito Cícero Lucena para assumir o cargo de secretário de Saúde de João Pessoa, fez muitas ponderações e aceitou o desafio, consciente das inúmeras dificuldades que iria enfrentar, o que o levou a formar uma equipe capaz de partilhar com ele o caminho da empreitada iniciada com a missão primordial de cuidar das pessoas. Para ele, a Atenção Básica à Saúde é a principal porta de entrada do SUS e é, por isso, a vertente central de qualquer diagnóstico de resultados que, na observância dos princípios que regem o Sistema Único de Saúde, possam ter a efetiva presença na vida das pessoas. Esta presença pode ser medida em números de procedimentos realizados. De janeiro a novembro foram 663.772 procedimentos autorizados. Em igual período, em 2019, foram 468.569. Um aumento de quase 200 mil novos procedimentos. E salientou que a Rede Municipal de Hospitais recebeu atenção para busca da melhoria das condições de trabalho e atendimento à população, bem como ressignificação destes importantes equipamentos de saúde do município.