O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro, pré-candidato a presidente da República pelo Podemos, é aguardado hoje em João Pessoa para cumprir agenda de contatos políticos em apoio à sua pretensão e, ao mesmo tempo, para lançar o livro “Contra o Sistema da Corrupção”, em que aborda detalhes e desdobramentos da Operação Lava-Jato. Moro foi o magistrado que determinou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sob acusações de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Colocado em liberdade após 580 dias recolhido à Polícia Federal em Curitiba, Lula percorre o país como pré-candidato ao Planalto, depois de recuperar direitos políticos, e lidera pesquisas de intenção de voto, superando o próprio presidente Jair Bolsonaro.
Moro cumprirá agenda em João Pessoa e Campina Grande até o sábado. Em mensagem no Twitter, ele afirmou: “Depois das festas de fim de ano, começo hoje a rodar o Brasil. Nesta semana estarei na Paraíba. Conto com vocês nessa jornada que está só começando. Temos um país para salvar de uma triste polarização entre pelegos e milicianos. Vamos construir a nação moderna e inclusiva que queremos”. Ainda em janeiro, Moro planeja viajar a Santa Catarina e, no início de fevereiro, deve retornar ao Nordeste para visitas ao Ceará, Piauí e Sergipe. O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro tenta colocar-se como alternativa a Lula e Bolsonaro. Fontes políticas informaram ao “Correio Braziliense” que ele também não descarta concorrer ao Senado caso não suba nas pesquisas para presidente.
Com a sua entrada no páreo, ele avançou para a terceira colocação, abaixo de Lula e Bolsonaro, desbancando o ex-ministro Ciro Gomes, que é pré-candidato pelo PDT. Enquanto ministro de Bolsonaro, Moro cedeu às pautas pró-armas e pró-policiais, não avançou na agenda anticorrupção no Legislativo e ainda colocou em xeque sua imparcialidade enquanto juiz, pois afirmava que jamais se filiaria ao governo. Ele saiu da pasta envolvido em uma série de polêmicas e troca de acusações com o presidente. Agora, como pré-candidato, o ex-juiz tem afirmado a apoiadores que só vai seguir em projetos que se comprometam em priorizar o combate à corrupção e defender bandeiras como a retomada da prisão após a condenação em segunda instância. Na Paraíba, um dos seus cicerones é o deputado federal Julian Lemos, do PSL, que foi coordenador da campanha de Bolsonaro no Nordeste em 2018 e deverá ser o coordenador da campanha de Moro. Ontem, Julian Lemos trocou acusações de baixo calão com o vereador Carlos Bolsonaro (RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, que o ironizou a propósito do seu apoio à candidatura de Sergio Moro.