O ex-ministro José Dirceu, que se mantém influente nas decisões do Partido dos Trabalhadores, cumpriu agenda política no litoral paraibano nos últimos dias, recebendo para contatos o ex-governador Ricardo Coutinho e o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, que recentemente retornaram às hostes petistas. Um outro objetivo da “missão” de Dirceu na Paraíba, conforme versões, teria sido o de preparar uma visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Estado, dentro da peregrinação como pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2022.
No ano passado, a Paraíba não foi incluída no roteiro de visitas de Lula a Estados da região Nordeste, embora o ex-presidente tenha mantido contatos, em Brasília e São Paulo, com líderes locais, inclusive, o senador Veneziano Vital do Rêgo, presidente do diretório regional do MDB, que apoia a sua candidatura a presidente. Nos bastidores políticos, circulou a informação de que no roteiro de Lula, que poderá ocorrer nos próximos dias, não constam contatos com o governador João Azevêdo (Cidadania), que já declarou apoio à sua postulação. O presidente do diretório estadual do PT, Jackson Macêdo, admitiu que a vinda de Lula deve acontecer na primeira quinzena de janeiro, num périplo que, além da Paraíba, deverá incluir Sergipe e Alagoas, que ficaram de fora da outra peregrinação.
Macêdo foi quem articulou a agenda de contatos de líderes locais com José Dirceu nos últimos dias. O ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, conforme algumas fontes, teria procurado pacificar o Partido dos Trabalhadores a nível de Paraíba, devido a divergências que irromperam quando do retorno do ex-governador Ricardo Coutinho à legenda. A refiliação de Ricardo foi abonada diretamente por Lula, em videoconferência, quando cobriu de elogios o ex-governador e se disse confiante na sua inocência diante de acusações que tratam da Operação Calvário, versando sobre desvios de recursos públicos na Educação e na Saúde. Fontes do PT paraibano disseram que na programação de contatos do próprio Lula no Estado deverá fazer parte a vice-governadora Lígia Feliciano, do PDT, cujo grupo recentemente entregou cargo ocupado por seu filho numa secretaria de Estado. O governador Azevêdo considerou o gesto dos Feliciano como “rompimento político”.