Linaldo Guedes
linaldo.guedes@gmail.com
O livro Dom Zacarias Rolim de Moura: Fé e Espiritualidade, Educação e Cultura, de autoria de Helder Ferreira de Moura, será lançado neste sábado (8), às 20h, nos salões do Cajazeiras Tênis Clube, no Sertão paraibano. A obra tem selo da Arribaçã Editora e conta com supervisão editorial do professor Francelino Soares, colunista de A União.
O livro faz uma breve biografia da vida de Dom Zacarias Rolim de Moura, considerado um dos bispos mais importantes da Diocese de Cajazeiras. Entre os temas evocados na obra, estão a síntese genealógica de Dom Zacarias e das famílias Rolim e Moura no Brasil, dados biográficos e formação religiosa do sacerdote, sua posse como quinto bispo de Cajazeiras, o apoio da Igreja na construção de cinemas e de emissoras de rádio, seu pensamento sobre temas polêmicos e até mesmo detalhes sobre o famoso caso da bomba que explodiu no Cine-Teatro Apolo 11, na cadeira onde o bispo estaria sentado numa sessão de cinema.
Sobre a elaboração do livro, Helder Ferreira Moura detalha: “Tenho muita alegria e orgulho desse projeto, mas, consciente da responsabilidade que me esmaga os ombros, vez por outra me deparei com melindres, vaidades e inverdades. Não tenho a menor pretensão de provocar polêmica, ser laudatório e muito menos apoderar-me da verdade absoluta. Procurei todas as fontes possíveis de pesquisa. Não são fartas. A cultura memorialista no Brasil nunca recebeu tratamento VIP”, avalia o autor.
Os 37 anos de bispado de Dom Zacarias, depois de 16 anos como sacerdote, foram marcados por muito trabalho, empreendedorismo, fé, evangelização, obediência e devoção, no entendimento de Moura. “Dedicado às causas sertanejas, ordenado sacerdote em 1937, retornou ao Sertão e nunca se afastou dali, nem mesmo, com as melhores
perspectivas de promoções importantes. Bem que poderia almejar ir para dioceses de maior visibilidade, mas ali era o seu lugar”, acrescenta ele.
“Em momentos de descontração, ele gostava de dizer: Cajazeiras vai enterrar um bispo. E assim aconteceu. As histórias de Dom Zacarias e Padre Rolim são bastante semelhantes, na demonstração de apego ao solo sertanejo. Padre Rolim também declinou de vários convites relevantes em troca da fundação de uma escola na fazenda dos pais, que mais tarde originaria a cidade de Cajazeiras”, comenta Helder Ferreira Moura.
Sobre a publicação, esclarece o professor Francelino Soares: “No que pese o autor haver conduzido a sua narrativa e suas observações dos fatos, com a isenção que o seu trabalho exigia, os depoimentos e os ‘causos’ explanados pelos demais familiares, no final do livro, somente vêm ratificar o lado humano do bispo que pertencia à Igreja sem
desligar-se da família. Sim, porque, em Dom Zacarias, tem que se observar o divino e o humano”. Para ele, “não se buscou fazer uma apologia, muito menos uma obra de cunho acadêmico, mas apenas mostrar essas duas dimensões de um ser humano que se dedicou às obras divinas”.
O autor – Helder Ferreira de Moura nasceu na Fazenda Santelmo (anexa à Fazenda Malhada das Pombas), Umari (CE). É o sexto filho de uma prole de treze, do casal João Rolim de Moura e Guiomar Ferreira Rolim. É especialista em Educação em Saúde Pública, Ortodontia e Ortopedia dos Maxilares e Prótese Dentária. É membro-fundador e presidente da Associação dos Cajazeirenses e Cajazeirados do Ceará (AC3) e membro-fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal), na qual ocupa a Cadeira de nº 40, que tem como patrono Dom Zacarias Rolim de Moura. Autor de Santelmo, 70 anos de Lutas e Lorotas, e, em fase conclusiva, Bonifácio Gonçalves de Moura: nas Veredas da Família, do Direito e da Política.