Em 2021, o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) foi o paraibano que menos utilizou recursos da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar da Câmara dos Deputados. Com a utilização de R$ 106 mil no ano, Pedro disse ter economizado 63% da verba de gabinete, usando apenas 37% dos recursos disponíveis. Os dados constam do Portal de Transparência da Câmara. Pedro Cunha Lima, recentemente, lançou-se pré-candidato ao governo do Estado pelo PSDB, em oposição ao governador João Azevêdo. Ele assumiu a pretensão depois que o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), de quem é aliado, desistiu de concorrer ao governo e anunciou projeto de candidatura a deputado federal, mandato que exerceu numa legislatura de que fazia parte o atual presidente Jair Bolsonaro.
Comentando a parcimônia no uso de verbas para atividade parlamentar, o deputado Pedro Cunha Lima enfatizou: “Uso os recursos para o que é preciso realmente. Não uso para pagar a conta do meu celular, por exemplo. Pago meu celular com o dinheiro que recebo do meu salário, que já não é pouco comparado com o que recebe a maioria do povo brasileiro. É possível e é preciso gastar menos com a máquina pública para que se tenha mais recursos para custear saúde, educação, moradia de quem mais precisa. Essa é a minha defesa”.
A Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) custeia as despesas do mandato como passagens aéreas, combustíveis e conta de celular, por exemplo. Algumas são reembolsadas, como as com os Correios, e outras são pagas por débito automático, como a compra de passagens. Os deputados paraibanos juntos utilizaram um total de R$ 4.845.405,70. No exercício de 2021, Pedro Cunha Lima também continuou a repassar o valor do auxílio-moradia para entidades filantrópicas e instituições do terceiro setor. Isso significa que desde 2017 o parlamentar recebe os recursos da Câmara, mas, ao invés de utilizá-los para pagar aluguel, repassa toda a verba para organizações que cuidam da saúde das pessoas de baixa renda, que atendem crianças carentes ou outras causas sociais, como a luta contra maus tratos aos animais.
Neste ano, oito entidades receberam o valor, sendo o total de R$ 24.050,68 ao longo do ano. “Não acho correto ver gente passando fome e, nessa mesma realidade, ter excessos e privilégios que não são coerentes com o país em que vivemos. No início do mandato eu devolvia os recursos do auxílio-moradia para a Câmara, mas, depois, percebi que o dinheiro seria utilizado pela Câmara de qualquer jeito, custeando outras mordomias. Então, resolvi receber os recursos e repassá-los para a sociedade, direcionando para as entidades e instituições filantrópicas. Pode ser pouca coisa, mas faço minha parte e coloco em prática aquilo que defendo e está em meu discurso”, pontuou. Pedro ressalta que as ferramentas de Transparência estão à disposição da população, que deve fiscalizar e avaliar a maneira com que os deputados, senadores, prefeitos e governadores administram o orçamento público. “Nem sempre os sistemas facilitam essa divulgação, mas sei que cada vez mais as pessoas estão atentas e querem saber o que está sendo feito com o dinheiro público. E essa mentalidade deve continuar crescendo, ela é fundamental para que haja uma mudança”, apontou.