O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador do Fórum Nacional de Governadores, criticou o novo aumento do preço dos combustíveis em vigor desde quarta-feira, 12, e afirmou que o reajuste comprova que a Petrobras é a responsável pela subida do valor dos combustíveis, não os gestores acusados pelo presidente Jair Bolsonaro na polêmica sobre elevação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), Wellington Dias lembrou que os governadores congelaram por 90 dias o valor do ICMS e, mesmo assim, os aumentos continuam.
Dias critica a política atual da Petrobras, o Preço de paridade de Importação. Estabelecida em 2016, é baseada no valor do barril de petróleo no mercado internacional e pelo dólar. O governador sustenta que os aumentos dos combustíveis não são reflexos do ICMS cobrado pelos Estados. “Sempre sustentamos que o valor do combustível tem a ver com a dolarização do petróleo e vinculação feita no Brasil”. Wellington Dias credita a instabilidade nos valores à ausência de uma proposta consistente por parte da Petrobras e do Ministério da Economia.
Em outubro de 2021, governadores de pelo menos doze Estados se encontraram com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para debater a cobrança do ICMS e o Projeto de Lei Complementar (PLP) 11/20. De autoria do deputado Emanuel Pinheiro Neto, do PTB-MT, a proposta versa sobre um valor fixo para o ICMS do diesel, etanol hidrato e gasolina. Governadores que se mostraram contra o projeto alertaram que os Estados poderiam perder até R$ 24 bilhões e os municípios R$ 6 bilhões com a fixação de um valor único para o imposto. Na ocasião, Wellington Dias propôs a criação de um fundo de equalização, que reduziria a volatilidade dos preços dos combustíveis e poderia levar o litro da gasolina para R$ 4,50.
Desde 2020, o presidente Jair Bolsonaro (PL) causa atrito com os governadores ao atribuir a alta dos preços dos combustíveis unicamente ao ICMS cobrado peloss Estados. Em setembro, 20 governadores publicaram uma nota afirmando que nenhuma alteração no ICMS havia sido realizada nos últimos doze meses, o que indicaria que o problema da alta dos combustíveis seria nacional.