Empenhados na construção de uma federação partidária para disputar as eleições deste ano, partidos como o PT, PSB, PCdoB e PV definiram, ontem, 26, como será dividido o comando da nova organização. Por ser a maior força na Câmara dos Deputados, o Partido dos Trabalhadores terá a maioria da Assembleia Geral da federação, conforme revelou a presidente nacional da sigla, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR). Os dirigentes dos quatro partidos se reuniram em Brasília para definir a composição da Assembleia Geral que irá comandar a nova organização, ainda sem nome definido.
Após o encontro, os presidentes das legendas realizaram uma coletiva de imprensa. Na ocasião, informaram ter ficado definido que o PT terá 27 cadeiras no organismo que será composto por 50 membros. Com isso, o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegura a maioria na federação. Enquanto isso, o PSB contará com 15 assembleístas, e o PCdoB e PV terão quatro, cada. A distribuição atende ao número de deputados federais de cada partido. O PT tem 53, o PSB é representado por 30, o PCdoB por 8 e o PV por 4. No total, são 95 parlamentares.
A presidente petista declarou na coletiva: “A federação vai ser um exercício de unidade política. Ela não pode servir para diminuir o peso político de uma legenda partidária. O PT é o que é pela sua história, pela sua construção, pela sua militância. Não quero que nenhum partido seja diminuído, mas também não dá para permitir que o PT seja diminuído para fazer a composição. O PT não quer hegemonismo”. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, defendeu a divisão e afirmou que a federação buscará um equilíbrio nas decisões para atender a todos os partidos. Os detalhes da federação não estão totalmente acertados. Ainda há indefinições referentes aos palanques estaduais. Para o líder do PCdoB na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PE), definir uma frente política e partidária é difícil mesmo sem federação. A discussão sobre os palanques estaduais parece ser o principal entrave que pode acabar por inviabilizar uma possível composição dos partidos. As legendas devem acionar o TSE para pedir prorrogação do prazo dado pela Justiça Eleitoral para a formação das federações para jungo. O prazo atual para o TSE validar as alianças partidárias é 2 de abril.