Nonato Guedes
Missa a ser celebrada domingo, dia 06, às 10h, na Igreja Santuário Mãe Rainha, no Bessa, marcará um ano da morte do ex-governador José Targino Maranhão (MDB). Ele faleceu em São Paulo no Hospital Vila Nova Star, de complicações da covid-19, depois de ter ficado internado no Hospital da Unimed em João Pessoa. Maranhão era o senador mais velho da atual legislatura e fora internado no dia 29 de novembro de 2020, dia do segundo turno das eleições municipais, quando passou mal pouco depois de votar no candidato que ele apoiava. Foi transferido para a capital paulista no dia três de dezembro. Ele morreu aos 87 anos e o corpo foi velado no Palácio da Redenção, sendo sepultado no município de Araruna, onde nasceu.
A viúva de Maranhão, desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti e familiares do político, estão convidando pessoas amigas e admiradoras do ex-governador para a missa de domingo. Ele teve uma longa trajetória na atividade política na Paraíba, em que ingressou muito jovem, quando tinha 22 anos, disputando um mandato de deputado estadual em 1955 pelo PTB. Em 1967, com a imposição do bipartidarismo, Maranhão migrou para o MDB. Em 1969, no período da ditadura militar, foi cassado e perdeu os direitos políticos. Com a reabertura política, Maranhão voltou a militar e a disputar mandatos, sendo eleito deputado federal e exercendo a coordenação da bancada da Paraíba em Brasília. Em 1994, foi candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Antônio Mariz, que derrotou Lúcia Braga.
Maranhão foi investido na titularidade do cargo em setembro de 1995, com a morte de Antônio Mariz, vírtima de câncer de cólon. Em 1998, tentou a reeleição e entrou em choque com um colega de partido, o então senador Ronaldo Cunha Lima. Houve um racha interno pelo controle do partido e indicação do candidato ao governo naquele ano, tendo José Maranhão vencido a disputa. Ele foi reeleito com mais de 80% dos votos válidos, tornando-se proporcionalmente o candidato mais votado do país naquele ano. Enfrentou como principal adversário o deputado Gilvan Freire, que concorreu pelo PSB. Em 2002, ele foi eleito senador pela primeira vez e tentou ser governador novamente em 2006, mas perdeu a disputa para Cássio Cunha Lima, do PSDB, filho de Ronaldo. A chapa de Cássio foi cassada em 2009 e Maranhão assumiu o cargo de governador, tendo como vice Luciano Cartaxo (PT). Tentou se reeleger em 2010, sendo derrotado, entretanto, por Ricardo Coutinho (PSB).
No Senado, Maranhão presidiu a Comissão Mista de Orçamento, considerada uma das mais importantes da Casa. Em 2012, foi candidato a prefeito de João Pessoa, ficando em quarto lugar na disputa. Em 2014, foi eleito senador e se licenciou para tentar o cargo de governador em 2018, mas ficou em terceiro lugar. O vitorioso nesse pleito foi João Azevêdo, então apoiado por Ricardo Coutinho. Voltou para o cargo de senador e tinha mandato até este ano. Por causa do tratamento para Covid-19, precisou se licenciar em janeiro de 2021 e foi substituído pela suplente Nilda Gondim, mãe do senador Veneziano Vital do Rêgo, que assumiu o cargo em definitivo. Formado em Direito pela Universidade Federal da Paraíba em 1961, Maranhão também era piloto de avião particular e frequentemente pilotava o próprio voo em suas viagens. Além da política, atuava também como empresário e agropecuarista. Deixou três filhos e dois netos.
Um dos primeiros a se manifestar por ocasião de sua morte, o governador João Azevêdo registrou: “Uma tristeza imensa para todos nós, paraibanos e paraibanas, a morte do senador, ex-governador e grande paraibano José Maranhão. Das muitas vidas perdidas e histórias desfeitas pela pandemia, chega ao fim a trajetória de um homem público que dedicou sua vida ao nosso Estado”. O Congresso Nacional divulgou nota oficial lamentando a morte de José Maranhão e enaltecendo a sua trajetória política, e vários colegas do Senado e líderes políticos de diferentes partidos se pronunciaram exaltando a sua luta como homem público.