O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), pré-candidato à Presidência da República, admitiu ao “Congresso em Foco” que pode desistir de sua pré-candidatura ao Planalto em favor da construção de uma federação partidária bem sucedida entre o Cidadania e os outros partidos. Atualmente, o senador aparece com cerca de 1% das intenções de voto nas pesquisas e não tem o apoio, sequer, do único governador da legenda, o paraibano João Azevêdo, que repele a federação com o PSDB e que já manifestou declaração de voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
– Desistiria sem problema nenhum desde que haja regras claras. Caso contrário, vira uma adesão a personalidades. Hoje, ninguém tem uma colocação em pesquisas qualitativas e quantitativas de um tamanho que dê certeza de que é o melhor candidato da chamada terceira via – expressou o parlamentar sergipano. Nos últimos dias, o Cidadania começou entendimentos com o PSDB em torno da formação de uma federação de partidos. As negociações foram feitas pelo presidente do Cidadania, Roberto Freire (SP), junto a líderes tucanos. A sigla do senador conversa ainda com o Podemos, PDT e MDB. Todos estes possuem pré-candidatos à presidência da República: Sergio Moro, pelo Podemos, João Doria, pelo PSD, Ciro Gomes pelo PDT e Simone Tebet, pelo MDB.
Uma vez unidos, um dos candidatos à presidência precisaria abrir mão da campanha para seguir a legenda. Segundo Alessandro Vieira, o plano do Cidadania transcende as uniões estudadas pela esquerda, como é o caso da possível união entre o PT, PSB, PCdoB e PV. Das quatro siglas, apenas o PT possui pré-candidato ao Planalto: Luiz Inácio Lula da Silva. “É diferente da federação de esquerda que está sendo discutida em torno do Lula. O Lula tem um tamanho que deixa muito claro que não tem nenhum outro pré-candidato nos outros partidos”, definiu Alessandro. O parlamentar também afirma querer garantir “opções” aos brasileiros, além do eixo Lula e bolsonaro. “O objetivo é garantir que os brasileiros terão uma alternativa para quem não quer a volta do Lula nem a permanência do Bolsonaro. Temos que apresentar alternativas que fazem os projetos reais no Brasil”, concluiu.
O Cidadania estima que até o dia 15 de fevereiro uma decisão sobre a federação seja encerrada.