Nonato Guedes
Em entrevista, hoje, à rádio Clube Recife, ao programa conduzido pelo jornalista Raldhney Santos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou anunciar sua posição e a do PT sobre as eleições ao governo da Paraíba, salientando apenas que o assunto “está em discussão”. Ele foi confrontado com a pergunta de um jornalista paraibano sobre se apoiaria a pré-candidatura do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) ou a do governador João Azevêdo (Cidadania). Salientou, porém, que não iria antecipar “estratégia” sobre a Paraíba na emissora do vizinho Estado, para não ser mal-entendido por jornalistas.
O que Lula deixou claro, na entrevista, foi a vontade de “conversar com muita gente na Paraíba”. O ex-presidente manifestou, ainda, a opinião de que será viável a construção de uma chapa “duradoura e vencedora” na Paraíba, mas não adiantou prognósticos nem sequer mencionou nomes. O senador Veneziano Vital do Rêgo participou de uma vídeoconferência com expoentes do PT paraibano, em que pediu o apoio do partido à sua postulação ao governo do Estado. Vice-presidente do Senado Federal, Veneziano tornou pública a discussão da sua provável candidatura depois de exploração sobre o assunto na mídia e de cobrança de setores do próprio partido por uma candidatura ao Palácio. A mulher do senador, Ana Cláudia Vital do Rêgo, entregou recentemente ao governador cargo de secretaria que ocupava na gestão, alegando necessidade de se preparar para concorrer a um mandato à Assembleia.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que é simpático à ideia de formação de federação partidária mas que o tema ainda será debatido oficialmente pelo diretório nacional do PT. Frisou: “O PT tem que entrar na federação porque se todos os partidos entrarem e o PT ficar de fora vai passar a ideia de soberba. Estou mais preocupado com a fotografia do PT em trabalhar com outros partidos de esquerda do que o PT ficar sozinho. Mas o PT não tem uma decisão ainda; acredito que vai tomar na próxima reunião do diretório nacional. O ex-presidente também comentou sobre a possibilidade de ter o ex-governador de São Paulo e ex-tucano Geraldo Alckmin como vice. “Não posso escolher um partido pro Alckmin. A única coisa que estou fazendo é conversar com o Alckmin e ele tem que fazer uma opção partidária”. O petista defendeu a aliança com Alckmin para a representação do que ele chamou de “um projeto de mudança para o país”.
Lula criticou duramente o presidente Jair Bolsonaro que, a seu ver, não dialoga com nenhum segmento da Nação, mas apenas com a sua bolha familiar. Salientou que se for candidato e for eleito novamente à presidência da República pretende convocar uma reunião com os 27 governadores dos Estados para definir políticas que interessam a essas unidades da Federação, bem como com prefeitos municipais. E, entre outras prioridades que destacou, que constarão do seu plano de governo, prometeu empreender uma “revolução silenciosa” para gerar concretamente empregos no País.