Nonato Guedes
O Partido dos Trabalhadores completa, hoje, 42 anos, despontando como favorito nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, com o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas, ao mesmo tempo, enfrentando fantasmas do passado e o bombardeio de partidos adversários e do presidente Jair Bolsonaro (PL). A comemoração seria realizada presencialmente em Belo Horizonte (MG) e foi transformada em uma transmissão on-line de 12 horas, começando às 9h. O partido chegou duas vezes ao Planalto com Lula e duas vezes com Dilma Rousseff, sendo que esta sofreu processo de impeachment em 2016 e não completou o segundo mandato, que foi assumido pelo vice Michel Temer (MDB).
Ao longo do dia, segundo o site “Poder360”, integrantes do Partido dos Trabalhadores debaterão o que chama de vida partidária para analisar a fotografia da legenda. A partir das 18h começará o ato político com a presença dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, da presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que está sendo anunciado por Lula como pré-candidato ao governo de São Paulo. O ato será apresentado pela secretária nacional de Finanças, Gleide Andrade. Lula e Gleisi lançarão também os chamados comitês populares de luta e uma cartilha com 13 pontos com indicações para a criação deles. A estimativa é chegar a mais de 5.000 por todo o país e o foco será montar esses grupos nas regiões mais pobres e periféricas das cidades.
Fundado no Colégio Sion, em São Paulo, com a participação de intelectuais e de figuras notáveis da sociedade brasileira, o PT quer reorganizar a base não apenas para a eleição, mas para um eventual novo governo Lula. Ao longo da campanha eleitoral, porém, eles poderão ser transformados em comitês eleitorais. Os comitês atuarão presencialmente, com a organização de debates e teatros, por exemplo, mas também servirão para ampliar a presença do partido nas redes sociais. “Queremos, através dos comitês, retomar o diálogo com a massa excluída, por exemplo, com os evangélicos ou população das favelas. Eles são vítimas da exclusão e do bolsonarismo, mas não têm ideia disso. Queremos fazer um contra-ataque, retomar o contato com a luta do povo. Não é um comitê meramente eleitoral”, afirmou o ex-ministro Gilberto Carvalho, que atuou no governo de Dilma Rousseff entre 2011 e 2014.
Carvalho explicou que os integrantes destes grupos atuarão de forma voluntária e não receberão recursos do partido. A única coisa que o PT poderá fornecer será material de divulgação de campanha durante o período eleitoral. Os interessados em integrar esses grupos começarão a ser treinados a partir de abril. A partir das 13h os ex-ministros dos governos petistas Ideli Salvatti, Guido Mantega, Miriam Belchior e Tereza Campello discutirão o legado do partido no poder e o que pode ser apresentado no futuro. Mantega tem sido a voz para apresentar as pretensões econômicas de um eventual novo governo Lula. Na Paraíba, o diretório estadual do PT é presidido por Jackson Macêdo e recentemente o partido ganhou reforços com o retorno do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) e do ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV). Mesmo assim, o ex-presidente Lula afirmou que a posição do partido sobre a eleição na Paraíba ainda “está em discussão”, não avançando pistas sobre os rumos a serem tomados.