O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu, ontem, que os pais levem os filhos de 5 a 11 anos para tomar a vacina contra a covid-19. A declaração foi feita durante ato de vacinação em Maceió, Alagoas. Durante o evento, o próprio ministro aplicou doses da vacina em duas crianças. “Vamos disponibilizar as vacinas para os pais e eu exorto a cada pai e cada mãe que levem seus filhos para a sala de imunização”, afirmou o cardiologista paraibano. Queiroga também informou que até terça-feira haverá vacinas suficientes para todas as crianças de 5 a 11 anos do país.
“Nos últimos seis meses – alegou – reduzimos mais de 80% dos óbitos de covid-19 em nosso país. Vamos enfrentar essa variante Ômicron e vamos vencê-la, como vencemos a Delta, como vencemos a Gama, e vamos livrar o Brasil da pandemia da covid-19 para voltarmos a ser felizes como éramos antes”, afirmou. Queiroga voltou a dizer que a vacinação de crianças não é obrigatória. O pedido feito em Maceió, no entanto, contraria declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do próprio ministro da Saúde. No ano passado, por exemplo, Queiroga afirmou que a vacinação infantil não é “assunto consensual”. Por sua vez, Jair Bolsonaro criticou a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de autorizar a vacinação de crianças.
Por outro lado, o Ministério da Saúde decidiu não recomendar a quarta dose de vacina contra a covid-19 para toda a população, que até então estava em análise na Pasta. Em nota, o órgão afirmou que ainda faltam critérios científicos que fundamentem a decisão. A Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização considera a necessidade de dados mais robustos sobre a efetividade das vacinas após a dose de reforço. “Assim, o Ministério da Saúde, com base nos dados existentes neste momento, não recomenda a quarta dose de vacinas ou segunda dose de reforço contra a covid-19 para a população geral, incluindo indivíduos a partir de 60 anos de idade, com exceção dos imunocomprometidos”, escreveu a pasta.
Apesar da nota emitida pela pasta, os Estados do Mato Grosso do Sul e São Paulo não devem seguir a recomendação. Na quarta-feira, 9, o MS começou as aplicações da quarta dose em idosos e profissionais de saúde. No mesmo dia, o Estado de São Paulo, do governador João Doria (PSDB), disse que irá adotar uma nova aplicação para toda a população, independentemente de recomendação do Ministério da Saúde.