Pré-candidato ao governo do Estado de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) usou suas redes sociais para fazer um alerta sobre as pesquisas eleitorais. “Lula é favorito, mas a eleição não está ganha”. Boulos fez uma sequência de tuítes para explicar seu posicionamento cauteloso. Apesar da vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em todas as pesquisas eleitorais, o psolista acredita que Jair Bolsonaro (PL) ainda tem margem de crescimento.
– Insisto aqui num ponto que tenho martelado em todas as conversas políticas: o jogo não está ganho. A disputa será mesmo, ao que tudo indica, contra Bolsonaro. Nenhum nome da chamada terceira via – a começar pelo patético Sergio Moro – demonstra condições de crescimento. Mas é justamente Bolsonaro que, apesar da aparência de cachorro morto, pode crescer onde hoje as pesquisas menos indicam: o eleitorado popular, as periferias do Brasil. Pode parecer um contrassenso, dada a popularidade de Lula entre os mais pobres e particularmente no Nordeste – apontou Guilherme Boulos.
O pré-candidato ao governo de São Paulo destacou que não se deve desprezar o Auxílio Brasil. “Seria um erro grosseiro subestimar o efeito de um benefício de R$ 400 para 18 milhões de famílias brasileiras que se encontram na extrema pobreza”. Boulos acrescentou: “Enquanto a grande mídia e a maioria das forças partidárias focam suas atenções em federações, coligações, montagem dos palanques, pode estar em curso, silenciosamente, uma recuperação relativa de Bolsonaro nas periferias urbanas e interiores do país”. Conforme Boulos, “se fossemos analisar os dados econômicos frios, Bolsonaro já estaria derrotado. PIB provavelmente negativo no ano eleitoral, desemprego elevado e inflação crescente. Mesmo quando houve algum crescimento econômico em seu governo, foi alicerçado no agronegócio, que gera poucos empregos e está voltado para a exportação. De fato, todos esses fatores definem o favoritismo de Lula, atestado em qualquer pesquisa de opinião. Mas insisto: o jogo não está ganho. A disputa será mesmo, ao que tudo indica, contra Bolsonaro”.
Para Guilherme Boulos, mais do que nunca, a campanha deste ano exigirá engajamento, muito além de jogadas espertas de marqueteiros profissionais. “Será uma batalha de becos e vielas, que envolve os meios de comunicação e as redes sociais, mas também sola de sapato e militância. A vitória precisará ser conquistada a partir de ampla mobilização e diálogo nas periferias”, finalizou.