Ao lado de antigos críticos dos governos petistas, o grupo “Prerrogativas” lançou, ontem, um manifesto em favor da eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência da República este ano. A live de lançamento contou com a presença do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), do ex-senador Cristovam Buarque e da empresária Rosângela Lyra, ex-CEO da Dior que já se declarou a favor da Operação Lava Jato. Segundo o Prerrogativas, o manifesto busca alavancar a candidatura de Lula para uma vitória no primeiro turno contra Jair Bolsonaro (PL). O grupo afirma que as eleições servirão como um plebiscito para validar ou rejeitar o atual governo federal.
“Muitos de nós fomos e ainda somos críticos, discordamos de fatos ocorridos e posições tomadas por ele no passado, mas estamos olhando para o futuro, e não há dúvida de que a história está fazendo Lula representar a alternativa que o Brasil deve abraçar neste plebiscito de 2022”, ressalta o manifesto. Cristovam Buarque afirmou que uma vitória em primeiro turno do petista evitaria o cenário de outras candidaturas se recusarem a apoiar ou votar em Lula em uma disputa contra Bolsonaro. O ex-senador avalia essa possibilidade diante da “recusa interna” do PT em dar votos a outro candidato que não seja Lula e o “antipetismo” de outras candidaturas.
– Devemos chegar nessa eleição já como se fosse um plebiscito entre Bolsonaro e o resto democrático que tem muitas diferenças de encaminhamento, mas que é um compromisso com a democracia. Por um lado não vejo nas outras alternativas algo que de fato importa. Temo muito que a disputa no primeiro turno seja tão ferrenha que no fim, no segundo turno, quem quer que seja não terá o voto dos outros – enfatizou. Rosângela Lyra, que foi uma das vozes mais ativas da elite paulistana na defesa da Lava Jato, disse que Lula é um “excelente candidato”. E adiantou: “A elite tem bastante preconceito com as pautas da esquerda, pautas progressistas. Querem ver o pobre assistido, auxiliado, mas lá longe”. A iniciativa do manifesto foi encabeçada pelo senador Randolfe Rodrigues e conta também com a assinatura do ex-ministro Milton Seligman, do governo Fernando Henrique Cardoso, e o ex-deputado federal Maurício Rands, que rompeu com o PT em 2012.