Nonato Guedes
O governador João Azevêdo, durante evento administrativo na manhã de hoje em João Pessoa, falou à imprensa sobre o rompimento do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e seu lançamento como pré-candidato ao governo do Estado em aliança com o PT. A postura do governador foi no sentido de minimizar a saída do parlamentar do seu bloco de sustentação política, comentando apenas que “cada um vai para seu lado, escolhe como quiser” e lembrando que toda e qualquer decisão têm ônus e bônus. Ele abordou, ainda, reclamações de políticos sobre possível desatenção a pleitos de seu interesse, afirmando, de forma categórica, que não “funciona” na base da pressão e que costuma decidir de forma sensata e realista.
O chefe do Executivo também confirmou ter oficializado o seu desligamento do Cidadania, diante da aprovação, pelo partido, da formação de federação com o PSDB, criando, a seu ver, uma situação de incompatibilidade política na Paraíba. Mesmo discordando da decisão da cúpula do Cidadania, Azevêdo agradeceu o espaço recebido em praticamente um ano de permanência naquela agremiação e deixou claro que deu sua contribuição efetiva para o fortalecimento da legenda no Estado. Como exemplo, mencionou que, quando ingressou no Cidadania, o partido tinha apenas um prefeito na Paraíba. E, sob sua liderança, a sigla passou a contar, hoje, com 45 prefeitos, além de outras lideranças de expressão.
João Azevêdo está se preparando, agora, como confirmou, para retornar às hostes do PSB, do qual se desligou por divergências com o ex-governador Ricardo Coutinho. Pelo que ele deu a entender, a solenidade de refiliação ao Partido Socialista ocorrerá na próxima quinta-feira, e seus aliados já estão organizando um “grande evento” em João Pessoa, que assinalará, também, o pré-lançamento do governador como candidato à reeleição. O sinal verde para o regresso de Azevêdo foi dado pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. Em paralelo, o deputado estadual Raniery Paulino, filho do ex-governador Roberto Paulino, que é secretário do Governo de Azevêdo, cumpriu a promessa de deixar o MDB caso o partido se aliasse ao ex-governador Ricardo Coutinho, e tornou público o anúncio hoje. Seu pai, porém, permanece na legenda. Raniery invocou questão de coerência e defesa de princípios que, segundo ele, são muito caros à sua biografia. “Não posso me aliar a quem combati”, expressou o deputado, que está examinando convites para filiações. Um desses convites partiu do Republicanos, presidido na Paraíba pelo deputado federal Hugo Motta. “Não transigirei com meus princípios”, postou Raniery em mensagem em rede social.
Também na manhã de hoje o senador Veneziano Vital do Rêgo teve a pré-candidatura ao governo oficialmente lançada em evento no Sindicato dos Bancários, conjuntamente com a pré-candidatura do ex-governador Ricardo Coutinho (PT) ao Senado. Veneziano disse que a Paraíba terá, a partir de janeiro, “um governo do povo e um governador popular” e acrescentou que o Palácio da Redenção “não vai ser pelourinho da representação social do nosso Estado, não seráa mais fonte da discórdia, das intrigas”. No evento de pré-lançamento foi exibido um vídeo com mensagem da presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), aplaudindo a aliança entre o MDB e o PT e exaltando o compromisso de apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto.