Nonato Guedes
Ao assinar hoje, em João Pessoa, a ficha de refiliação aos quadros do Partido Socialista Brasileiro, perante líderes nacionais da legenda, o governador da Paraíba, João Azevêdo, prometeu empenhar-se com seus aliados para transformar o PSB no maior partido político do Estado. Ele defendeu com ênfase o apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência da República, falou dos feitos da sua gestão em plena pandemia de covid-19 e comprometeu-se a atuar para que seja resgatada a esperança do povo em dias melhores, “num projeto de transformações, tanto da Paraíba, como do Brasil”.
A cerimônia de retorno do chefe do Executivo à legenda socialista foi um evento grandioso, na definição de assessores e aliados políticos seus, congregando lideranças de expressão em Pernambuco como o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, João Campos, filho do falecido líder político Eduardo Campos, além do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, deputados federais de outros Estados e de diferentes partidos e representantes da Paraíba como o presidente estadual socialista Gervásio Maia. Invocando palavras do ministro José Américo de Almeida – “voltar é uma forma de renascer, ninguém se perde no caminho da volta”, o governador João Azevêdo destacou a alegria de voltar às fileiras do PSB. Ele foi eleito pelo partido em 2018, mas em pouco tempo migrou para o Cidadania devido a divergências com o antecessor Ricardo Coutinho, hoje no PT.
João Azevêdo aproveitou para fazer um balanço dos principais pontos da sua administração, lembrando que assumiu o cargo com grandes dificuldades, decorrentes de problemas deixados pelo antecessor, e por novos problemas, agravados pela pandemia do coronavírus, com graves reflexos na crise social e econômica do Estado. Ressaltou, entretanto, que, juntamente com a sua equipe, não esmoreceu e continuou encarando os desafios que tinha pela frente, entre os quais a manutenção do equilíbrio fiscal da Paraíba, sem prejuízo da concessão de vantagens para segmentos do funcionalismo público e pagamento em dia dos vencimentos dos servidores. Segundo ele, houve um esforço gigantesco nesse sentido, mas os frutos têm sido colhidos pela sua primeira gestão, como a obtenção de nota A no rating da Secretaria do Tesouro Nacional e a ênfase em obras e investimentos, com recursos do próprio Estado.
“Procuramos, apesar de todas as limitações, levar à frente uma gestão que tornasse a Paraíba um Estado diferenciado no contexto das demais unidades da Federação, e podemos comemorar saldo positivo alcançado em diferentes iniciativas do poder público local”, assegurou o governador João Azevêdo. O evento de refiliação do governador aos quadros do PSB contou com a participação ativa de um grupo influente do Partido dos Trabalhadores, liderado pelo deputado federal Frei Anastácio Ribeiro e pelo deputado estadual Anísio Maia. Esses petistas subscreveram recentemente um manifesto ao Diretório Nacional do partido, externando apoio à chapa Lula-Azevêdo na Paraíba e contestando o manifesto de uma corrente, liderada pelo ex-governador Ricardo Coutinho, que anunciou apoio à pré-candidatura do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) ao governo, tendo ele, Ricardo, como postulante ao Senado.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, ao mesmo tempo em que disse da satisfação pelo retorno de João Azevêdo às fileiras do PSB, destacou que o governador paraibano “tem sido um parceiro leal e coeso na grande batalha que estamos empreendendo contra o governo de Jair Bolsonaro, que é contrário a interesses da Região Nordeste e de outras regiões do país”. Na opinião de Câmara, a unidade de forças políticas em apoio à candidatura do ex-presidente Lula e contra Bolsonaro será fundamental para a derrota do projeto de poder empalmado pelo atual governo e pela criação de condições objetivas para uma administração em moldes diferentes a partir de 2023 no Brasil. Discursaram, também, outras lideranças políticas, inclusive a ex-vereadora Sandra Marrocos, que é presidente do diretório municipal do PSB em João Pessoa. Anísio Maia disse que há um empenho para viabilizar palanque amplo para Lula no Estado. Alegou que os palanques não podem ser de exclusão. “Não é de A nem B, tem que ser de todo o alfabeto”, expressou o parlamentar. O presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, nova aquisição do Republicanos, informou, na ocasião, que o seu novo partido está 100% fechado com as candidaturas de Lula a presidente e de João Azevêdo à reeleição como governador.