Os candidatos à presidência da República João Doria (PSDB), Sergio Moro (Podemos), Simone Tebet (MDB) e Felipe D’Avila assinaram conjuntamente, ontem, um manifesto de apoio à Ucrânia, que há seis dias se encontra em guerra contra a Rússia. No documento, os candidatos defendem que o Brasil assuma uma posição em relação ao conflito, e que “se una às nações que defendem a soberania da Ucrânia e que buscam a solução pacífica do conflito”. Segundo os quatro presidenciáveis, o ataque russo à Ucrânia “configura uma tentativa condenável de mudar o status quo da Europa por meio da força”, que coloca em risco a soberania de países independentes e pode alavancar uma corrida armamentista.
Os candidatos pedem, também, que a Rússia “retome o caminho da diplomacia para a restauração da paz”. Também se manifestaram, de forma individual, os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT), ambos contra a invasão militar na Ucrânia. O ex-presidente Lula, pé-candidato à presidência em 2022, considera “lamentável que, na segunda década do século XXI, a gente tenha países tentando resolver suas divergências (….) através de bombas, tiros e ataques, quando deveria ter sido resolvido em uma mesa de negociação. Ninguém pode concordar com guerra”. Afirmou, também, que a agressão de Vladimir Putin à Ucrânia pouco difere dos ataques de potências ocidentais a países do Oriente Médio.
Ciro Gomes segue na mesma linha, apontando a ação militar russa como uma “violação frontal do direito internacional, da Carta das Nações Unidas e do princípio mais básico da nossa tradição de política exterior”. Assim como os signatários do manifesto, o pedetista condena posturas de neutralidade e segue a linha de Lula ao afirmar que trata-se de mais um episódio de imperialismo praticado por uma potência militar. O único candidato que não se manifestou ativamente contra a postura de Putin foi o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Poucos dias antes da invasão à Ucrânia, o presidente declarou solidariedade à Rússia e desde então não apenas não se posicionou contra a invasão como chegou a negar que se trate de uma guerra.