Nonato Guedes
O deputado federal Efraim Filho (União Brasil), pré-candidato ao Senado na base de apoio ao governador João Azevêdo (PSB), avalia com cautela e realismo cenários que estão sendo gerados para as eleições de outubro e que poderão levá-lo a uma “guinada” na sua postura política. O mais complexo desses cenários eclodiu com a afirmação do governador João Azevêdo, ontem, de que não haverá espaço na chapa majoritária comandada por ele para quem não estiver comprometido com o projeto de eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa perspectiva (de apoio a Lula) nunca entrou no radar de Efraim, não obstante o seu perfil moderado e até de diálogo com petistas na Câmara dos Deputados. Até então, ele trabalhava com a hipótese de liberdade para apoiar, pelo menos no primeiro turno, um candidato que tivesse o aval do União Brasil, como o ex-juiz Sergio Moro, do Podemos.
Azevêdo deu praticamente um “ultimatum” a quem deseja acompanhá-lo na chapa majoritária, o que poderia alcançar, também, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, do PP, que igualmente corteja apoio para viabilizar candidatura ao Senado. Fala-se, porém, que as diferenças são visíveis entre Aguinaldo, que já foi ministro das Cidades do governo Dilma Rousseff e, portanto, já orbitou no círculo petista nacional, e Efraim, que sempre foi inflexível na oposição ao PT, seguindo os passos do pai, o ex-senador Efraim Morais, expoente de uma CPI dos Bingos no governo Lula, que o então presidente apelidou de CPI do fim do mundo. Em tese, a conjuntura pode ter dissipado conflitos do passado, o que poderia facilitar tanto a situação de Efraim como a de Aguinaldo (este, inclusive, jamais esquecido pelo seu voto pró-impeachment de Dilma, a presidente a que serviu). Na prática, PT e petistas são indecifráveis nas equações políticas, a julgar, ainda agora, pela movimentação de Lula junto a “algozes” de Dilma no Congresso em 2016.
Na dúvida, regido pela sua intuição sobre a natureza complicada da engrenagem petista, Azevêdo – que disputa com o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) o posto de preferido de Lula ao governo do Estado no pleito de outubro – expediu o “ultimatum” como manobra para fidelizar apoios na sua base e mapear lealdades em relação ao seu próprio projeto de poder, que passa pela reeleição ao Executivo. A lealdade do deputado Efraim Filho ao governador e ao seu governo não pode ser posta em dúvida no exercício do atual mandato, remontando à campanha eleitoral de 2018, em que ambos estavam em caminhos partidários diferentes mas, mesmo assim, convergiram. Mas a postura do governante, tornando compulsório o apoio a Lula entre partidos da sua base, cria, à primeira vista, uma “saia justa”, principalmente, para o deputado Efraim Filho. Foi ele quem mais avançou até agora na costura de apoios para o projeto de candidatura ao Senado e quem se apresenta mais afirmativo e até irredutível nessa postulação.
Nos meios políticos paraibanos, cogita-se que Efraim, diante do “ultimatum” de Azevêdo, talvez tenha que colocar em prática a premissa que já espalhou de que será candidato ao Senado em qualquer circunstância, mesmo em faixa própria. Mas poderá contornar esse problema se o União Brasil permitir aos diretórios estaduais apoiar o nome que quiserem para a presidência da República. Essa hipótese é admitida em uma reportagem da revista “Veja”, tomando por base a seguinte declaração do deputado Junior Bozzella, do União Brasil: “Vamos trabalhar por uma unidade em torno de uma terceira via. Se isto não for possível, uma alternativa pode ser liberar os Estados”. Junior Bozzella, pessoalmente, defende uma composição em torno de Sergio Moro, do Podemos. Na mesma edição da “Veja”, o presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE) diz que ainda há tempo para achar o nome ideal para representar a chamada terceira via.
A opção política do deputado Efraim Filho na corrida presidencial vai se tornando, para ele, uma questão de sobrevivência, de vida ou de morte. Ele já investiu pesado na renúncia à reeleição a um mandato na Câmara dos Deputados e abriu redutos em diferentes regiões do Estado para outros pretendentes, com a condição de ter o compromisso de apoio deles no projeto de chegar ao Senado. Há praticamente um ano está em pré-campanha para o Senado, contabilizando inúmeros apoios de deputados, prefeitos e outros líderes. Anotou uma baixa, com a mudança de rota do senador Veneziano Vital, que foi um dos primeiros a apoiá-lo e ultimamente optou por candidatura própria ao governo, em aliança com o ex-governador Ricardo Coutinho, do PT, ao Senado. Em relação a Azevêdo, Efraim tem aguardado com expectativa uma manifestação qualquer sua, de estímulo ao seu projeto senatorial, mas o governador tem sido arisco nesse terreno.
A impressão que se tem é que está chegando a hora da verdade para o jovem deputado Efraim Filho. Os fatos estão se sucedendo à revelia da sua vontade ou até mesmo da sua contribuição, porque envolvem a conjuntura nacional, que ficou tumultuada em meio à polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva. Qual será o caminho escolhido pelo parlamentar do União Brasil é assunto que já provoca bolsas de apostas nos meios políticos paraibanos. De concreto há o fato de que, para as eleições deste ano, na Paraíba, estão convergindo algumas obstinações pessoais. Uma é a do governador João Azevêdo de ser admitido no palanque de Lula na campanha, outra é a do deputado Efraim Filho de lutar para se eleger senador. Para o deputado do União Brasil, seria frustrante demais jogar fora todo esforço de mobilização de um ano que tem empreendido até aqui.
Eita que Efraruim se F…
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#SauloPortoLampião
#NovoCangaço