O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ex-PSDB, acertou nesta segunda-feira, 7, sua filiação ao PSB durante encontro cm o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, na capital paulista. Siqueira confirmou a informação ao blog da jornalista Andréia Sadi no G1. “Ficou acertado que ele entra no PSB, só falta agpora a data da filiação. A conversa foi excelente”. Segundo Siqueira, independentemente de federação com o PT, Alckmin irá para o PSB e, se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializar, será o vice dele na chapa presidencial.
– Ele vai ser o vice se Lula confirmar o convite. No PSB está acertada a sua filiação – frisou Siqueira.
O acordo foi fechado em reunião que contou, também, com a presença do ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), do prefeito do Recife, João Campos, e do presidente do diretório paulista do PSB, Jonas Donizete. Carlos Siqueira, referindo-se a Alckmin, declarou: “Quando ele disse que o caminho natural é aqui é porque vai acontecer. Nunca tivemos muita dúvida da opção dele. Ele sabe que aqui é sempre muito bem-vindo. Todos nós já demos as boas-vindas a ele”. A expectativa é que uma data para a filiação de Geraldo Alckmin ao PSB seja acertada nos próximos dias. O evento deve acontecer até o final do mês em São Paulo e a vontade de integrantes do PSB é que Lula esteja presente no ato.
A filiação de Alckmin tem de acontecer até dois de abril, pois esta é a data limite imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral, para interessados em concorrer nas eleições de outubro estarem filiados a algum partido. A ideia do PSB e do PT é formar uma frente ampla para tentar derrotar o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), no primeiro turno do pleito. Ambos os partidos conversam com o PCdoB e o PV sobre a possibilidade da formação de uma federação partidária entre eles. Desta forma, as quatro siglas passariam a atuar de forma mais próxima e a reforçar com maior unidade a oposição contra Bolsonaro. Atualmente, Lula vem aparecendo à frente de Bolsonaro nas principais pesquisas de intenção de voto. No entanto, os políticos sabem que as pesquisas só retratam um panorama do período em que são realizadas e nada está garantido.
As tratativas entre Lula e Alckmin acontecem desde, pelo menos, novembro do ano passado. Em dezembro, Alckmin se desfiliou do PSDB, onde construiu a carreira política e do qual fazia parte há 33 anos, e passou a discutir nos bastidores qual o melhor partido para se filiar mirando a chapa com o petista. Alckmin segue agora para uma legenda mais situada à esquerda no espectro político. Lula e Alckmin foram adversários políticos. Além de conviverem como presidente e governador, respectivamente, foram concorrentes na eleição presidencial de 2006. O pleito foi vencido por Lula no segundo turno justamente contra o então tucano. Mas, hoje, o petista enxerga no ex-governador um político experiente, conciliador e que não vai arranjar problemas políticos para ele, enquanto vice-presidente, se realmente formarem uma chapa e vencerem a disputa ao Planalto. Há ainda resistência ao nome de Alckmin em um grupo do PT. No entanto, essa divergência não tende a atrapalhar os planos, afirmam políticos envolvidos com as negociações. O caso ainda deve ser discutido novamente em reunião do diretório nacional do partido.