O governador afastado do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), apresentou pedido de renúncia do cargo na tarde desta sexta-feira, 11, na Assembleia Legislativa. O documento foi protocolado pelo seu advogado, Juvenal Klayber, por volta das 15h, duas horas antes do segundo turno da votação que levaria à abertura de um Tribunal Misto para julgar o governador por crimes de responsabilidade. No documento, ele afirma que tomou a decisão “para apresentar de forma tranquila e serena” sua defesa junto ao Poder Judiciário “em relação às injustas e inverídicas acusações que lhe foram imputadas”.
Carlesse era alvo de um processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Tocantins. As acusações são baseadas na decisão do Superior Tribunal de Justiça, que o afastou do cargo em outubro do ano passado. As investigações são da Polícia Federal e apontam a participação de Carlesse em um esquema de recebimento de propinas e também interferência política na Polícia Civil. Após a votação em primeiro turno, na quinta-feira, o governador emitiu uma nota oficial dizendo não concordar com a votação da Assembleia e afirmando sua inocência. Ele tinha dito que continuaria a debater o caso judicialmente.
Conforme a assessoria de imprensa do governador, ele enviou uma mensagem que deve ser lida durante a sessão extraordinária onde a votação do segundo turno do impeachment aconteceria. Com a decisão, a votação não deve mais acontecer. Mauro Carlesse assumiu o Poder Executivo do Tocantins de forma inesperada em 2018, sem nunca ter sequer sido cogitado como pré-candidato ao Palácio Araguaia. Ele era presidente da Assembleia Legislativa e acabou na cadeira de governador porque Marcelo Miranda (MDB) e Cláudia Lelis (PV), então governador e vice, foram cassados por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Os dois foram condenados por uso de caixa dois na campanha eleitoral de 2014. Após a cassação, Carlesse assumiu o mandato de forma interina e conseguiu se manter no cargo em uma eleição suplementar e, depois, novamente, na eleição geral daquele ano.