O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou estar preocupado com um possível atentado contra ele na disputa eleitoral mas informou que manterá a campanha de rua. Em entrevista à rádio Espinharas, da cidade de Patos, na Paraíba, ele ainda relacionou o presidente Jair Bolsonaro (PL) a milicianos. “Eu tenho preocupação, mas como sou uma pessoa de muita fé e de muita crença, acho que o que vai acontecer é que o povo brasileiro vai reestabelecer a democracia. Vai ser a morte política de Bolsonaro pelas mãos dos eleitores”, comentou.
Segundo o UOL, Lula enfatizou mais: “Vou fazer a campanha que eu sei fazer, vou fazer campanha de rua, conversar com as pessoas, vender as propostas para o país. Não vou fazer o baixo nível do Bolsonaro, não vou fazer fábrica de fake news. Que ele faça o jogo rasteiro que ele quiser”. Lula respondia a um comentário feito pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Na semana passada, em entrevista ao UOL, ele afirmou que tanto Lula quanto Sergio Moro (Podemos) devem ficar atentos porque correm risco de vida. “O Brasil de hoje é muito mais violento do que o de 4, 8 anos atrás”, expressou.
Joaquim Barbosa citou a explosão de uma fábrica de fluidos de diesel em Maringá durante uma visita de Moro, em 4 de março. Dois funcionários morreram. No mês passado, o ex-presidente Lula se mudou de São Bernardo, cidade do ABC paulista, para São Paulo, após sofrer pressão de amigos, de sua assessoria e de lideranças do partido que, preocupados com a sua segurança, tentavam convencê-lo a morar em um local mais protegido. Anteriormente, Lula morava em um sobrado em São Bernardo do Campo, em uma situação descrita por amigos como precária no que diz respeito à segurança. Com a aproximação das eleições, o clima político acirrado no Brasil foi uma das justificativas pra que amigos e a equipe do petista o convencessem a se mudar. Ele, de início, não tinha interesse de sair do sobrado para morar na capital paulista.
Em entrevista à rádio Espinharas, Lula também criticou Bolsonaro e o relacionou a milicianos. “Até hoje, ele não foi solidário com nenhuma pessoa que morreu de covid. É um presidente que não gosta de sindicatos, mulheres, quilombolas, negros, estudantes…Ele só gosta de violência, o negócio dele é a relação apodrecida com uma parte dos milicianos desse país”. Lula insinuou que milicianos teriam conexão com o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes em 2018. “Quem sabe foram os que mataram a Marielle”. A mais recente pesquisa eleitoral, divulgada hoje pela Genial Investimentos, aponta que Lula mantém a liderança com 44% das intenções de voto em primeiro turno. O presidente Jair Bolsonaro aparece em segundo lugar, porém cresceu de 23% para 26% entre as duas últimas amostragens. A margem de erro da pesquisa da Quaest Consultoria, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.